Bemba Colorá (part. Gloria Estefan y Mimy Succar)

Celebração do legado feminino em “Bemba Colorá”

O lançamento de “Bemba Colorá (part. Gloria Estefan y Mimy Succar)” por Sheila E. no Dia Internacional da Mulher reforça o caráter de homenagem à cantora Celia Cruz, ícone da música latina. A escolha da data e a participação de artistas femininas destacam a valorização do legado e do empoderamento das mulheres na música. A expressão “bemba colorá”, que significa lábios vermelhos ou carnudos, é usada na letra como símbolo de autenticidade e orgulho das raízes afro-caribenhas, indo além do aspecto físico para representar presença marcante e identidade cultural.

A letra adota um tom descontraído e brincalhão, típico da salsa, ao afirmar: “Pa’ mí, tú no eres na’ / Tú tienes la bemba colorá” (Pra mim, você não é nada / Você tem a boca vermelha). Essa provocação ressalta que ter uma característica marcante não torna ninguém superior, mas sim autêntico. Versos como “Mi canto nació en la esquina / Al compás de mi tambo’ / Donde se escuchaba Celia / Inspirando su pregón” (Meu canto nasceu na esquina / No compasso do meu tambor / Onde se ouvia Celia / Inspirando seu pregão) conectam a música diretamente à influência de Celia Cruz, reconhecendo seu papel como inspiração e símbolo de resistência cultural. O famoso “¡Azúcar!” no refrão reforça essa homenagem, já que era a marca registrada de Celia.

O ritmo animado e as referências a danças tradicionais, como rumba, son, guarachita e danzón, transmitem uma mensagem de celebração da vida, da música e da herança cultural. A união de Sheila E., Gloria Estefan e Mimy Succar fortalece o espírito de empoderamento feminino e continuidade do legado na salsa, tornando “Bemba Colorá” uma afirmação de identidade, alegria e resistência coletiva.