Ghost Town

Cidade Fantasma

O ano 20XX:
Capital desolada, Tóquio, bairro de Shinjuku
um clube não revelado em Kabuki-Cho
cabeças reais se reúnem para um treino tardio
a entrada no nível B2 com um toque de recolher
tudo bem, até agentes disfarçados não sabem
o barulho alto sacode as colunas a noite toda
as pessoas se acumulam e umedecem as paredes
antes de subirmos ao palco, a concentração aumenta
nervosos, mas isolados em um micro vácuo
batida do Goth-Trad, e o grave do Heavy
todos prontos para pular em uma jaula cheia de feras
mas a verdadeira fome veio
do outro lado da cerca
a plateia da primeira fila estendendo as mãos
pego o microfone e solto as letras
os holofotes vermelhos e o suor se misturam e ardem meus olhos
brilhando em atenção, me torno o shi-te
o arqueiro do diálogo testado, de aço
bomba nuclear humana em um hangar lotado
é um tumulto com frequências intensas,
donde a realidade crua desafia ouvidos experientes
o show rapidamente atingiu um clímax, e então:
boom, um grande impacto sacudiu a sala
composto com o som, ressoou no estômago
a energia vacilou e a saída também
você ouviu os gritos da multidão se transformarem em gritos
materiais caíram do teto
todos se prepararam para o pior, pensando que era a grande
mas a banda continuou tocando,
não tínhamos intenção de parar a música
sem contato visual, eu podia sentir a vibe
como se estivéssemos na linha de frente, sem voltar atrás
gritei para a plateia "levantem os punhos!"
e ameacei: "se vocês querem viver, encarem os alto-falantes, não a saída!"
a multidão dispersa se tornou uma novamente
consciência se uniu,
e o ritmo acendeu uma luz de esperança na escuridão do medo
amigos próximos se abraçaram para se sentirem perto

uma vez que a música acabou,
deixamos o microfone e os instrumentos
enquanto um silêncio cortante, nossas cabeças zumbiam
saí do palco para ver os danos,
e a escada tinha desabado
trabalhamos entre os escombros e encontramos uma abertura
quando finalmente consegui colocar a cabeça para fora,
d além da cortina de fumaça e poeira,
uma cena apareceu no crepúsculo da manhã
a paisagem da cidade havia evaporado, queimada até o chão
era tão difícil acreditar que isso tinha acontecido da noite para o dia
um choque como uma colisão frontal
enrolei uma camiseta em volta da boca e caminhei pelas ruas
prédios altos haviam sido nivelados
concretos esmagados, postes de luz destruídos
e estranhamente, sem sinais de sobreviventes
além de pedaços de roupas e sapatos carbonizados,
fragmentos derretidos de luzes de néon espalhados
Goth contatou seus amigos
o sinal do celular mal passava
eles disseram, as estruturas da rodovia desabaram
desnudando suas costelas de ferro, como dinossauros em extinção
junto a Shinjuku, Akihabara aniquilada
Ginza em chamas, Shibuya submersa
quão longe as mãos da destruição chegaram,
somente rumores e especulações alimentaram o fogo
se essa força devastadora veio de ondas EM de um satélite,havia uma invasão do sistema de defesa?

De qualquer forma, nós sobrevivemos
então vimos outros vagando por aí,
e uma coisa se tornou aparente:
apenas aqueles abrigados no fundo da terra conseguiram
por mais sortudos que fossem, era também irônico considerando o fato
que o comércio noturno havia se tornado ilegal
mas não tínhamos tempo para ponderar isso,
precisávamos pensar rápido sobre nosso próximo movimento
embora quiséssemos avaliar a situação mais,
dei ordens rigorosas para que voltassem aos seus lugares
já que havia uma forte probabilidade de
partículas microtóxicas flutuando no ar
quando voltamos ao clube, o DJ estava tocando
na nossa cidade fantasma, a eletricidade ainda estava viva
quanto tempo isso duraria era incerto,
mas estava claro que não podíamos voltar no tempo
uma garota, com a cabeça baixa, começou a andar
isso fez as outras crianças se levantarem e voltarem ao piso principal,
com nada além de sinceridade em seus olhos
então pulamos no palco para continuar o show
em vez de nos preocuparmos com comida para amanhã, ou a segurança de nossas famílias,
a única verdade que podíamos segurar
era estar vivos naquele momento
naquele dia, nos tornamos Rebel Familia:
ser um rebanho, uma família nos dias que viriam