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Submundo

Sibha

Letra

    O cano da pistola reluz a luz
    Da cidade maravilha na cidade desespero
    Urbana o dia inteiro
    Ninguém sabe ao certo o lado que a pistola está
    Que mata por matar não importa o lado
    Não importa se usa farda ou pés descalços
    Não importa se é do estado ou da milícia
    Não importa se tem registro ou é ilegal

    A bala já cheira sangue deu até no jornal
    No jornal

    A bala já cheira sangue, tem um discurso reticente
    Uma vontade inconsistente de sentir o tambor girar
    De fazer o alvo dançar, perdida ou não
    A morte já vai consigo, vai da sorte do indivíduo
    Ou do santo que o acompanha
    E da missão que foi traçada para ela findar

    A lei da rua eu já sei, conheço bem
    A lei do silêncio, a lei do mais forte
    Quebrando regras eu falo o que penso
    Eu sou!
    A bala que vaga perdida sem dono
    Eu sou!
    O estilhaço da vidraça da janela da escola
    Eu sou!
    A criança baleada que não pediu pra morrer
    Eu sou!
    Mais uma manchete do jornal escorre sangue
    Sangue!
    Na cidade maravilha a coisa vai mal!

    Buiu não era mais que um pivete
    Mas já portava uma AK-47
    Não sabia contar, mas já sabia atirar
    Não sabia contar, mas já sabia atirar

    A porta-voz do bang-bang é a polícia
    No olho da rua, ou num beco escuro
    Eles vendem sua honestidade para qualquer um
    Vestem sua farda para obter vantagem
    Seus poderes criam um submundo
    Onde o som do cano da pistola que as crianças roem
    Não são harmonias bonitas nem o juízo final


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