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Tortura do Tempo

Silvério Pessoa

Letra

    No sertão
    Quem abre o olho o sol termina cegando
    Emboscada, sorrateiramente
    Se ouviu o tiro, faca corta a carne, dor

    É a tortura do tempo
    É a tortura do tempo
    É a tortura do tempo

    No sertão
    Quem fecha os olhos, urubu tá chegando
    Faz promessas, água efervescente
    Quem ouviu, suspiro, mosca morta, escárnio, dor

    Mouras dançaram no templo

    No sertão
    Quem sangra o bode, deus o mal espantando
    Terra verde, o gado reluzente
    Cangaceiro, aboios de vaqueiro cantador

    É a tortura do tempo


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