Ela e o Amor (part. Ivan Santos)

A Contradição do Progresso e a Busca pelo Amor em 'Ela e o Amor'

A música 'Ela e o Amor', de Silvério Pessoa com participação de Ivan Santos, é uma reflexão poética sobre as contradições do mundo moderno. A letra começa com uma observação sobre a globalização e a tecnologia, onde de uma mesa de bar no Cariri é possível ver qualquer rua do Japão, graças ao GPS. No entanto, essa mesma modernidade não resolve problemas básicos, como a falta de professores na tribo Guarani ou a ausência de elevador no prédio do narrador. A internet, que deveria conectar, acaba por derrubar a TV, enquanto a personagem feminina da música se refugia nas novelas de amor.

A segunda estrofe continua a explorar essas contradições. As redes sociais comunicam um mundo desentendido, e a religião, que deveria ser um refúgio espiritual, é corrompida por pastores que vendem o céu enquanto se apegam ao mal. A letra menciona a exploração espacial, mas lamenta o desconhecimento sobre a própria Terra. A crise de esperança é simbolizada por um mar de lama, enquanto a personagem feminina sonha com beijos de amor, um desejo simples em meio a tanta complexidade.

A última estrofe aborda avanços como a inteligência artificial e a manipulação genética, contrastando com a realidade de uma Amazônia desprotegida e a desinformação propagada pelos jornais. A tecnologia avança, mas os corredores dos hospitais continuam lotados. A multidão clama por transformação, mas a personagem feminina resume sua necessidade em uma palavra: amor. A música, portanto, é uma crítica ao progresso que não resolve questões humanas fundamentais e uma ode ao amor como a verdadeira necessidade do ser humano.