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Tempo Ao Tempo

Skinner 9-7

Letra

    Arranquei a mordaça e larguei minhas vozes
    Por entre favelas, quilombos
    Tanto pesadelo acordado
    Vivendo com o peso do mundo nos ombros

    Snipers que acertam o alvo
    Miraram sua bala em minha direção
    Disseram que eu era causador de baderna
    Mas só segui meu coração

    Opositores facistas
    Querem que eu me cale, ajoelhe, obedeça
    Talvez eu seja zumbi
    Por estar aqui em confronto, querem minha cabeça

    Pra foder com esses puto
    Encarno até kid bengala
    Exalo herança ancestral
    Pra não ter quer voltar pra dentro da senzala

    E a pivetada correndo com o pó de vidro na linha
    Sobe outro e disbica
    A pivetada correndo com o pó de vicio na esquina
    Diz como é que fica?

    E esse cena cês acha cômico?
    Mas quase nunca vejo graça em série
    Eu tô tentando deixar menos crônico
    Já que teu filho me ouve, então meu papo é sério

    Só espero que de tempo de evitar o fim dos tempos
    A questão não é quem vai ser exemplo, ou quem vai a tudo resistir
    De questão eu tô cheio, tô atrás de respostas
    Pra trazer de volta motivos pra sorrir

    Luz para as almas e vidas

    Verão a minha cara estampando a capa da forbes mano
    Tão abismado, e eu tô avisando
    Soará repercusivo nós conquistando espaço

    Meta furar bolso, claro
    Meta fora Bolsonaro
    Metáfora só me fará sentido
    Se eu conseguir me esquivar do disparo!

    Vida em dois estados
    Suicida, agressivo
    Uma guerra sádica em troca de mente sã
    Poucos se importam quem daqui ainda sai vivo
    Sua morte é motivos de postar no Instagram

    Não tem mais cadeiras vip
    Vejo apocalipse da escadaria
    Não passageiro como eclipse
    Sou passageiro na blitz do dia

    Como fugir sem dar fuga me ajuda
    Essa porra aqui não é alcatraz
    Nunca deram nada acessível
    Agora dão arma na mão, pra da minha mãe tirar a paz

    Enterra o que te mata
    Em terra cultive a mata
    Nos jogam medo, bala, fome, vala contas, e fala: Seja acrobata

    Hoje eu sou homem preto, índio, bicha
    Mulher e quem mais tiver revoltado
    Lá fora chove lama, sangue, fogo, drama
    O karma é boomerang dos pecados

    É foda dar tempo ao tempo quando
    Em frente ainda tem uma antiga briga
    Apanhar calado nunca
    A rua me da anticorpos pra vida, luz!

    Não faço distinção de seres, raças, cores, etnias
    Entenda que o justo tem o paraíso
    Por seus atos, anda no caminho da luz
    Acorda! Quem compreende meus dizeres
    Não fala por mim agindo oposto!


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