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Letra

    Quantos de nós vão ter que cair
    Pra você acordar e reagir
    Favela está digitalizada
    Mas continua sendo escada
    O nosso rap está parecendo
    Fogo de palha, nada resolvendo
    Deram pra nós, falsa liberdade
    Mas não saímos da mediocridade

    Nossa evolução é dar risada
    Do mano ali que tomou rajada
    Parceiro não falta de uísque no copo
    Mas que não quer ver você no topo
    A vida não é ensaio, não
    Falhou, já era, fim da missão

    Estamos abaixo de chipanzé, ainda elegemos algoz da ralé
    Damos ibope pra apresentador, que elogia PM exterminador
    Na sociedade mercado atual, somos o produto, é isso, geral
    Você se divulga, você se fornece, se satisfazer, você prevalece
    Senão não espere alguém amável, rotulam você, um imprestável

    Seja farol, seja estrela
    Seja lanterna ou uma vela
    Bora, ilumine, guie alguém
    Que o amor não está nos seus bens
    Loucos por dinheiro e por prazer
    Te fazem boneco de entreter
    Porque o foco está no poder
    E não querem que nós, vamos lá, se meter

    Acenda a luz
    Acenda a luz
    Acenda a luz
    Acenda a luz

    Estamos vivendo um apagão
    O mundo está sob escuridão
    Tateando pelos cantos, tateando pelos cantos
    Tateando pelos cantos, tateando pelos cantos

    Até compramos smartphone
    Pra futilidade que nos consome
    E consumimos, trevas e trevas
    Mandando pro inferno, levas e levas
    Falam de Cristo não cristianizados
    São fariseus buscando status
    A inquisição moderna no pente
    É demonizar o diferente
    Siglas que promovem o genocídio
    Não vem de dentro de um presidio
    Sim, de partidos políticos, sim, que faz drama lírico do nosso fim
    Fechamos ruas pra ter pancadão, mas não avenidas por educação
    Mais hospitais, mais empregos, morremos festeiros e não guerreiros

    Quero o moleque buscando a moto
    Na concessionária, pagando e levando
    Não no farol de outro roubando
    E o pior até matando
    Não é a toa que a bíblia diz
    Que o mundo aqui, jaz no maligno
    Guerra de nervos, guerra invisível
    Pro mundo os fracos, viver é indigno

    Somos mascarados até o extremo
    Justiça no outro, queremos mesmo
    Quando é pro nosso, bora, abrandar
    Até o juiz, vamos lá, subornar
    Deus ilumine a nossa mente
    Que tá escura e indecente
    Estamos indo para o abismo
    A humanidade fede egoismo

    Acenda a luz
    Acenda a luz
    Acenda a luz
    Acenda a luz

    Estamos vivendo um apagão
    O mundo está sob escuridão
    Tateando pelos cantos, tateando pelos cantos
    Tateando pelos cantos, tateando pelos cantos


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