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Letra

    Mais uma preta marrenta, vinda das ruas barrentas
    Dos versos sujos e puros, melhor que as letra limpa e nojenta
    Caligrafia feia, rabisco nas pautas, normal
    As folha voa cheias de rebarba da espiral

    Em meio a tanta idéia, vivo por um triz
    Mas não tô na de crescer, tô na de firmar raiz
    Feliz quem diz e prediz as diretriz
    Cicatriz dos meus desafetos, entre filial e matriz

    Sou sim, eu quis, sou sim mulher
    Simples como a brisa, tipo chinelo no pé
    Tipo del rey borbulha no copo, arroz e feijão no prato
    Tipo saber que minha carne é a mais barata do mercado

    Melodia tão marcante quanto o som dos carros de boi
    Em cada laje o mirante de quem ainda não foi
    Saudade da inocência no olhar dos meninos sem medo
    Quando mcs escreviam essência e não frases de efeito

    Mas já passou voadão e nem leu a missão
    Sei nem se é cristão, sei não, tô de cão
    Degustando o fim da história sem saber o gosto do início
    Pisa até no rap, ferve nessa febre é sinistro

    Moleque, marca touca, não sabe que a idéia é outra
    Rima é pra firmar na alma e não pra derreter na boca
    Louca essa viagem e quem não entende acusa
    Abusa do meu flow, não que seu olhar seduza

    Idéia translúcida, cada verso eu solto meia dúzia
    Tá quente aqui ideologia difusa
    Eu não tô mais confusa, não vou nem trocar de blusa
    Etiqueta é pra quem tem, muita gente tem e não usa
    De mim flui água viva, preta de alma cafuza
    Os grilhões embaçam que a minha liberdade assusta

    Não contavam com minha astúcia, já vestiu a carapuça
    Sou livre, leve e fatal, o apetite é de medusa
    Mas não quero malote, castelo nem carro forte
    Tenho a dádiva do som e me considero uma mulher de sorte

    Sorte? Uma neguinha do meu porte?
    Viver pra mim é cristo, lucro pra mim é a morte
    Eu nasci do lado norte, cê conhece o mantiqueira?
    Moro lá pertin, entre os cascalho e as ladeiras

    Ninho dos monge mascavo, lan matarazzo, som de primeira
    Look a praça é nossa, um dia eu colo, já tô de bobeira
    Este é meu ritmo, celeiro artístico
    A quadra do Robsom é pra nós bem mais que ponto turístico
    Pedra branca pra quem não conhece, respeito mantenho
    Quer saber quem eu sou? É só saber da onde eu venho!


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