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Letra

    Tornei-me um Ébrio e na bebida busco esquecer
    Aquela ingrata que eu amava e me abandonou
    Apedrejado pelas ruas vivo a sofrer
    Não tenho lar e nem parentes, tudo terminou
    Só nas tabernas é que eu encontro meu abrigo
    Cada colega de infortúnio é um grande amigo
    Que embora tenha como eu seus sofrimentos
    Me aconselham e aliviam meus tormentos

    Já fui feliz e recebido com nobreza até
    Nadava em ouro e tinha alcova de cetim
    E a cada passo um grande amigo
    que depunha fé
    E nos parentes... confiava sim
    E hoje ao ver-me na miséria tudo vejo então
    O falso lar que eu tanto amava e a chorar deixei
    Cada parente, cada amigo era um ladrão
    Me abandonaram e roubaram o que amei.

    Falsos amigos, eu vos peço imploro a chorar
    Quando eu morrer à minha campa
    nenhuma inscrição
    Deixai que os vermes pouco a pouco
    venham terminar
    Este Ébrio triste e este triste coração
    Quero somente que na campa em q eu repousar
    Os Ébrios loucos como eu venham depositar
    Os seus segredos ao meu derradeiro abrigo
    E suas lágrimas de dor ao peito amigo.


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