Todo Mundo Ama o Sol

Relações e afetos em “Todo Mundo Ama o Sol” de Tarcis

Em “Todo Mundo Ama o Sol”, Tarcis usa a imagem do sol como símbolo do desejo, do calor do afeto e da busca por felicidade compartilhada. O verso “Pra ver se o Sol nasce mais tarde, meu bem” mostra como o tempo parece desacelerar durante um encontro amoroso, sugerindo que a intensidade da relação pode até alterar o ritmo natural do dia. A música faz referência direta ao clássico “Everybody Loves the Sunshine”, de Roy Ayers, tanto no sample quanto na letra, conectando o sentimento universal de buscar luz e alegria ao contexto íntimo do romance.

A canção tem um tom leve e descontraído, evidente em versos como “Prepara um vinho, vamos curtir esse fim de tarde” e “Meu corpo arde, você sorrindo é arte”, que celebram o cotidiano do casal com simplicidade e prazer. A expressão “seus olhos são como cerol que corta a maldade” traz uma gíria brasileira, indicando que o olhar da pessoa amada afasta coisas ruins, além de sugerir intensidade e proteção. A vulnerabilidade aparece em “me desespero se fico sabendo que seu coração não pode me abrigar”, revelando o medo de não ser correspondido.

A narrativa da música acompanha o conceito do álbum, que transita entre o dia e a noite, reforçando a ideia de que o amor transforma atmosferas e estados de espírito. As referências à música brasileira, presentes na capa do álbum e nos elementos sonoros, mostram a proposta de Tarcis de unir tradição e modernidade, tornando “Todo Mundo Ama o Sol” uma celebração dos pequenos prazeres vividos ao lado de quem se ama.