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Buraco de Afundar

Tarda

Letra

    Breve, sua
    Breve
    Sombra constante
    Me segue
    Segura, torce e quebra
    Meu lado humano
    Um descuido se cria
    E cai

    O abismo não está cheio a ponto de transbordar
    Está apenas até a borda
    Nenhuma culpa
    Água flui e não se acumula em parte alguma
    Passa por lugares perigosos
    Preenche todas as depressões antes de seguir adiante
    As coisas não podem pertencer a um estado constante de sobrecarga
    Um copo, uma tigela, uma jarra
    Não poderá nos conter
    Somos água

    Mergulho em escuro e fundo rubi bruto
    Mãos cegas em culto não podem me ver
    Filho fruto de imaculado entulho
    Água quieta em queda não molha você
    Correnteza sou eu que te sugo em abismo profundo
    Se me quebra a dura tensão superficial, me molho

    Fortes nos despejam em mar
    Até os destroços se deitam
    Eu nunca adormeço
    Ao invés, me perco em espelho
    Seu beijo, meu desejo em cacos dissolve

    Uma estrada, água negra passa apressada
    Meus olhos se fecham
    E se deixar que me levem?
    De seu braço, meu berço

    Água feita de pele
    Que me arraste em ressaca
    Pois já sei o que quero
    Nem mais fortes nem terra
    Correnteza se mexe e eu caio
    Eu caio

    Abro os olhos e os lábios
    Lá fora, verde água claro
    Mande um beijo e um abraço
    É que eu quero cair


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