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Meu Velho Pai (part. Teixeirinha)

Teixeirinha Filho

Letra

    Um par de espora sangrenta
    Um mango de coro puro
    Um chapéu velho empoirado
    Uma faca do cabo escuro
    Um schmitt trinta e oito
    Um pala cheio de furo
    Uma guaiaca sofada
    No mesmo prego seguro
    Ao contemplar fico triste
    Seu dono já não existe
    Só a saudade persiste
    Daquele gaúcho puro

    Meu pensamento vagueia
    Perdido no infinito
    Relembra o dono dos trastes
    Que fora seu manuscrito
    Quando domava um cavalo
    Era sempre favorito
    Quer no rodeio ou na doma
    Seu trabalho era bonito
    Nas tropeadas era um doutor
    Nas domas um domador
    Na cordeona um trovador
    E na laçada era um perito

    Assim foi meu velho pai
    Como laço de rodilha
    Enquanto é novo se espicha
    Nos chifres de uma novilha
    Depois a morte golpeia
    Só fica os trastes da encilha
    Pendurados na parede
    Recordação pra família
    Ele já não é mais nada
    Num túmulo na beira da estrada
    Uma cruz velha rodeada de flores de maçanilha

    Oigalê morte traiçoeira
    Que chega como um pialo
    Sessenta setenta anos
    Tira um homem do cavalo
    Arranca dos filhos e netos
    E atira dentro de um valo
    Parece um minuano chucro
    Que leva as folhas do talo
    Meu velho pai que saudade
    Do teu carinho e bondade
    Choro uma barbaridade
    Quando no teu nome eu falo


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