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Letra

    [Phill]
    Deus num me quis morando em triplex
    Com pai milhonário, colecionando Rolex
    Compras em Paris, Nova York, Roma
    Viagens de negocio com minha mãe a ocla Roma
    Não me deu kart nem pista de autorama
    Com amigos ricos pra brinca de fliperama
    Sem dramas, gasta tudo que o dinheiro pude a compra
    Aos 18 milhonário no jato particular
    Mas não, Deus me quis na favela
    Com esgoto a céu aberto e risco de rubeola
    Febre amarela, sem comida na panela
    Ódio como hezbollah e histórias de mandela
    Eu nasci pra ser soldado, tipo iraquiano
    Herói do povo, robbin hood suburbano
    Canos, balas sem causa, motivos pra te balas
    Corpos nas valas, casas cheia de barras
    Não tempo chinga prata no mole mole
    Bole bole, a vida cobra se come o que colhe
    Escolhe irmão o caminho que te chama
    Escolhi narrar a dor e a verdade sub-humana
    Se engana quem acha que tem o controle de nóis
    30 anos tentando ainda não calar essa voz
    500 anos matando, massacrando em escala
    Mais de 500 meus manos o grande plano não para
    E esses plano é por nóis, pelo povo e os manos
    Olha da onde viemos, olha pra onde chegamos
    Se entregamos (não), fraquejamos (não), jão
    É só começo, pensa nisso irmão, vão
    Em frente, olhar frio sem medo
    Obrigatório a vence pelo povo do gueto, rapaz
    É pela vida e ela vale mais hoje
    Eles vão vê do que a favela é capaz

    [Maltrapilho]

    Não tem problema eu lutar pra ser feliz
    Já sou parte de uma história onde o sistema não me quis
    Sem arma nuclear, não sou governo iraniano
    Minha arma é informação, sou zumbi contemporâneo
    O que destrói mais é a revolta do oprimido
    Sou a favela organizada se desviando do abismo
    Onde o sonho mesmo é te um salário digno
    O mínimo não existe de domingo à domingo
    De onde eu venho a chuva trás toda sua irá
    Escola é dormitório, se é defesa interdita
    Não é igual o empresário dono de uma cobertura
    Se o projeto é regular ele corrompe a prefeitura
    Até queria jantar em restaurante fino
    Só que lá o preço é a janta pra mais de 100 neguinho
    Sou a revolta do estudante nos protestos em Brasília
    Desacredita, minha canela ainda é cinza
    O meu tom de pele não representa coisa ruim
    Preto pobre é ser humano, foda-se quem não evolui
    Não nasci pra tá em mansão, viaja em carro de luxo
    Enquanto o invisível abre o lixo pra consumo
    Gringo vem faz sua festa no país do carnaval
    Leva o tema violência pro jornal internacional
    Playboy teme o mundão, mas na real nem se comove
    Faz o filme de favela pra depois ganha o ibope
    Somos revolução, as ferida tá sangrando
    Isso não é ilusão, isso é o rap mano
    Os livro causam mais efeito do que as arma em punho
    Vira as página sem trauma, isso sim que é orgulho
    Cada olhar que tenho vejo a vitória no brilho
    De quem tá pronto pra guerra são os que tão junto comigo
    Vão fica pra história sem teme julgamento
    Na vida um homem só deixa de valor seu exemplo


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