Only Just Begun

Cicatrizes, recomeço e esperança em “Only Just Begun”

Em “Only Just Begun”, do The Moth & The Flame, o refrão anuncia recomeço sem prometer vitória fácil: a canção normaliza o erro como parte do caminho. “Have only just begun” (só estou começando) não é ponto zero; é escolher seguir adiante apesar de cicatrizes e tentativas fracassadas. Ao admitir “I don't always conquer / Is that really a surprise?” (Eu nem sempre venço / Isso realmente é surpresa?), Brandon Robbins retoma sua ideia de aprender a apreciar a jornada: viver o presente, animar-se com o futuro e ser grato ao passado. “Love won't always haunt me / Though it definitely tries” (O amor nem sempre vai me assombrar / Embora com certeza tente) trata o amor como assombração persistente — memória de relações antigas ou peso de expectativas — que ele decide não deixar definir o agora. E “I know you can see / That there is so much more to me” (Eu sei que você consegue ver / Que há muito mais em mim) abre espaço para ser percebido além dos tropeços, buscando autoaceitação sem negar limitações.

A segunda metade reforça o pacto com o processo: “I hate that I'm not perfect… / But hate cannot prepare you / For the hurdles in your stride” (Eu odeio não ser perfeito… / Mas o ódio não prepara você / Para os obstáculos no seu caminho) mostra que autocrítica, sozinha, não prepara para os percalços. A repetição “I don't always learn the first time” (Eu nem sempre aprendo na primeira vez) encara a aprendizagem como ciclo, em sintonia com o eixo de crescimento pessoal que atravessa o álbum “Ruthless”. No som, o rock alternativo com sintetizadores de clima cinematográfico e dinâmicas crescentes sustenta a virada de energia do refrão; os vocais em camadas e as interjeições vocais impulsionam a sensação de movimento, como quem ganha fôlego passo a passo. O retrato final é honesto: reconhecer falhas, agradecer o que já veio e manter-se animado com o que está chegando — porque, como repete o coro, “Only Just Begun” (só está começando).