None of the above

Nada do que foi dito

Restaurante a noite, North Kildonan.
Café morno tem gosto de sabão.
Eu contorno seu perfil no açúcar derramado,
matando o tempo e a esperança em vão.
Esse novo shopping devora a terra arada
enquanto procuramos alguém pra culpar.
Mas nos comunicamos em perguntas,
e todas as nossas respostas soam iguais.
Sob os fluorescentes piscando,
depois que os refis foram reabastecidos.
Negociações paradas,
colher e pires parados também.
Se você perguntar como eu fiquei tão amargo,
eu vou perguntar como você ficou tão vaidoso.
E todas as nossas perguntas se misturam.
As respostas sempre soam iguais.
Não conseguimos nos olhar.
Vou dizer algo reflexivo logo,
mas não consigo ouvir o silêncio,
então eu canto essa melodia sem sentido
que roubei de algum artista country-rock idiota.
Eu nem sei o nome dele.
É como minhas perguntas bobas:
as respostas sempre soam iguais.
Diga-me por que eu tenho que sentir sua falta.
Diga-me por que soamos tão sem graça.
Por que nos comunicamos em perguntas
e todas as nossas respostas soam iguais.