Drive

A busca por liberdade e vulnerabilidade em “Drive”

Em “Drive”, The Weeknd aborda a fama de forma crítica, mostrando que ela pode ser mais um fardo do que um privilégio. O verso “'Cause fame is a disease” (“Porque a fama é uma doença”) revela como o sucesso pode corroer a liberdade e a felicidade genuína. O refrão, com a repetição de “I just want to drive, I just want to drive tomorrow” (“Eu só quero dirigir, eu só quero dirigir amanhã”), funciona como uma metáfora para o desejo de escapar das pressões e expectativas impostas pela notoriedade. O ato de dirigir, especialmente com a janela aberta, representa a busca por momentos simples e autênticos, em contraste com a artificialidade do estrelato.

O videoclipe, que conta com a participação de Jenna Ortega, reforça essa dualidade ao mostrar a euforia de um romance misturada à solidão, refletindo como as relações pessoais podem ser afetadas pelo peso da fama. A frase “Just be kind, I'm a child again / And no child deserves suffering” (“Apenas seja gentil, sou uma criança de novo / E nenhuma criança merece sofrer”) expõe a vulnerabilidade do artista, que, apesar do sucesso, ainda sente necessidade de cuidado e proteção. A produção minimalista, marcada por sintetizadores etéreos, contribui para a atmosfera introspectiva da música. Além disso, o pano de fundo do filme “Hurry Up Tomorrow”, inspirado em um episódio real de perda de voz, ecoa na canção, trazendo à tona o medo de perder a própria identidade e a busca por sentido em meio ao caos da vida pública.