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O Velho Ciumento

Théodore Botrel

Le vieux jaloux

Que te voilà bien attifée
Vieille coquette aux cheveux blancs
On dirait une belle fée
Qui s'en va quérir des galants

T'as mis ta jupe la plus belle
Et ton justin le plus mignon
Ta grande coiffe de dentelle
Qui de loin semble un papillon

Ton cou, ton bras et ton oreille
Sont gréés d'affiquets d'argent
Mais ton vieux auprès de sa vieille
Aura l'air d'un pauvre saint Jean

Bah, tant pis, baille-moi ma canne
Prends par la main le petit fieu
Et partons visiter sainte Anne
La mère-grand de l'Enfant-Dieu

Las, ne faudrait point de la sorte
Bonjour et tous les biaux passants
C'est que t'es encore bien accorte
Malgré tes soixante et deux ans

Ne ris point, ne souris pas même
Si je suis jaloux, c'est tant mieux
On n'est jaloux que tant qu'on aime
Et l'on peut aimer quoique vieux

Or, malgré l'âge, ton bonhomme
T'estime encore par-dessus tout
Dame, quoique ridée une pomme
N'en garde pas moins son bon goût

O Velho Ciumento

Olha como você tá arrumada
Velha coquete com cabelo branco
Parece uma bela fada
Que vai atrás de pretendentes

Você vestiu sua saia mais bonita
E seu vestido mais charmoso
Seu grande chapéu de renda
Que de longe parece uma borboleta

Seu pescoço, seu braço e sua orelha
Estão adornados com enfeites de prata
Mas seu velho, ao lado da velha
Vai parecer um pobre São João

Ah, tanto faz, me passa minha bengala
Pega pela mão o garoto
E vamos visitar Santa Ana
A vovó do Menino-Deus

Ah, não deveria ser assim
Bom dia e todos os bonitos que passam
É que você ainda tá bem atraente
Apesar dos seus sessenta e dois anos

Não ri, não sorri nem um pouco
Se eu sou ciumento, tanto melhor
Só se é ciumento enquanto se ama
E a gente pode amar mesmo sendo velho

Então, apesar da idade, seu velhote
Ainda te valoriza acima de tudo
Ora, mesmo sendo enrugada como uma maçã
Ainda assim mantém seu bom gosto

Composição: