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Ancestral

Thiago Amud

Letra

    Sou velho
    Minha raça limita com a dos patriarcas
    Sou velho
    Fui ninado pelas parcas
    E hoje a memória turbada
    E a língua pesada
    De nomes e recitações
    Confundem concílios e ciclos e clãs
    Com novíssimas rebeliões

    Sou velho
    Minha tribo nasceu do vapor do aguaceiro
    Sou velho
    Fui sagrado pelo arqueiro
    E hoje o silêncio trancado
    E o sangue pisado
    Por bestas e musas venais
    Implodem de raiva e de dor no tumulto
    Vastíssimo dos carnavais

    Às vezes um fogo me impele
    Por dentro e eu lembro
    Que há tempos não tenho pele que tisne

    Às vezes eu canto em falsete
    Mas são mãos do tempo
    Torcendo meu gasganete de cisne

    Sou velho
    Minha fé recusou dez bezerros de ouro
    Sou velho
    Fui alçado pelo touro
    E hoje a linhagem traída
    E a força partida
    Nos atos e músculos meus
    Definham nas cátedras sob o conluio
    Cultíssimo dos fariseus

    Às vezes um fogo me impele
    Por dentro e eu lembro
    Que há tempos não tenho pele que tisne

    Às vezes eu canto em falsete
    Mas são mãos do tempo
    Torcendo meu gasganete de cisne

    Sou velho


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