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Letra

    Eu lhe acuso, natureza
    De azular os amarelos
    Aguçar o mel dos cios
    Apurar a flor do ópio
    Só pra me botar nos olhos
    Este alumbramento aflito
    Que acomete os degredados
    Sob a cúpula dos astros

    Eu lhe acuso, natureza
    De me acorrentar em ciclos
    Pra me semear de novo
    Tantos vícios esvaídos
    De me encandear de sono
    Qual lacaio, qual escravo
    Pra sovar minha caveira
    Com pilões de lua e lírios

    Natureza, natureza
    Grande Mãe inviolável
    Cujo reino é vasto exílio
    Eu lhe acuso e me desgarro
    De seus vermes, de meus ídolos
    Esconjuro os seus desígnios
    Sobre a minha liberdade

    Eu recuso, natureza
    Esse gozo, esse delito
    Eu mordia o seio farto
    A carne, a cana e o salitre
    E morria miserável
    E mal distinguia a vida
    Entre mil formas larvares
    E um rosário de delírios
    Mas enfim largo esse fardo
    No seu chão, e nele sigo
    Tendo assim transfigurado
    O calvário do destino


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