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Batendo Água

Tiago Benedetti

Letra

    Meu poncho emponcha lonjuras batendo água
    E as águas que eu trago nele eram pra mim
    Asas de noite em meus ombros sobrando casa
    Longe "das casa" ombreada a barro e capim

    Faz tempo que eu não emalo meu poncho inteiro
    Nem abro as asas da noite pra um sol de abril
    Faz muitos dias que eu venho bancando o tino
    Das quatro patas do zaino pechando o frio

    Troca um compasso de orelhas a cada pisada
    No mesmo tranco da várzea que se encharcou
    Topa nas abas sombreras, que em outros ventos
    Guentaram as chuvas de agosto que Deus mandou

    Meu zaino garrou da noite o céu escuro
    E tudo o que a noite escuta é seu clarim
    De patas batendo n'água depois da várzea
    Freio e rosetas de esporas no mesmo trim
    Falta distância de pago e sobra cavalo
    Na mesma ronda de campo que o céu deságua

    Que tem um rumo de rancho pras quatro patas
    Bota seu mundo na estrada batendo água
    Porque se a estrada me cobra, pago seu preço
    E desabrigo o caminho pra o meu sustento
    Mesmo que o mundo desabe num tempo feio
    Sei o que as asas do poncho trazem por dentro


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