Beleza Eterna

Tecnologia e autenticidade em "Beleza Eterna" de Tim Bernardes

"Beleza Eterna", de Tim Bernardes, aborda de forma direta como a tecnologia e a busca por gratificação imediata afetam a vida contemporânea. O verso “Eu vou acabar morrendo nas mãos de um celular” resume a preocupação central da música: o impacto dos dispositivos digitais e da velocidade da vida moderna, que podem gerar sensação de vazio e aprisionamento. Bernardes também critica a superficialidade das relações atuais, como em “Minha cidade transa pensando no gozo, paga pra ver o final”, apontando para conexões fugazes e a constante busca por estímulos rápidos, sem espaço para profundidade ou reflexão.

A letra explora ainda ansiedades existenciais e o medo da mudança, evidenciados em versos como “Ver que o medo da mudança / E do conflito são bem semelhantes” e “Quando o escuro é muito grande / E sufocante de desconhecido”. Esses trechos mostram a dificuldade de encontrar satisfação duradoura diante da pressão por sucesso e da comparação social. Bernardes propõe, em versos como “Se os problemas vão e vem / Eu quero vê-los com simplicidade / Sinceridade”, uma busca por autenticidade e simplicidade, em contraste com a superficialidade imposta pela sociedade. O refrão final, “Que o peso da idade e do dinheiro / Não mate a beleza / E a brincadeira / Nem o meu brilho nos olhos de crescer e inventar”, expressa o desejo de preservar a criatividade e a capacidade de se encantar, mesmo diante das pressões do mundo moderno. A participação de Dora Morelenbaum e Zé Ibarra nos coros reforça o tom melancólico e reflexivo da canção.