Harry's Dilemma

O Dilema do Harry

Harry era um cachorro contente.
Mas ele acordou esta manhã e algo estava muito errado.
Ele não estava a fim de implorar por biscoitos de meio da manhã.
Ele não estava a fim de se virar e esfregar as costas no chão áspero.
Ele não estava a fim de coçar nada que pudesse estar o mordendo.
Ele só ficou deitado em cima da sua casinha se sentindo completamente pra baixo.
Até mesmo seu rabo não balançava.

Quatro meses antes, seu dono (um senhor idoso a quem Harry foi devotado desde filhote)
tinha sido forçado a deixar o país temporariamente,
deixando Harry com um casal confiável e carinhoso que morava na esquina.
As coisas não estavam tão ruins no começo: longas caminhadas, jantares fartos;
mesmo a casinha dele estava no mesmo lugar no quintal deles --
justo à direita da porta dos fundos.

Essa é a mesma casinha em que Harry estava se lamentando há três dias.
Apesar dos melhores esforços do jovem casal carinhoso para animá-lo --
oferendas de frango e uma enxurrada de bolas não buscadas rolando pelo quintal --
nada conseguia tirar Harry da sua tristeza.
Então, decidiram levá-lo ao veterinário.

Harry era um cachorro grande e pesado,
e ele não estava a fim de descer da casinha e ir até o carro que o esperava
para viajar duas milhas até a clínica.
Eventualmente, ele foi levantado, com a ajuda de um vizinho, sobre um cobertor
e manquitou de sua casinha até o carro; do carro até o veterinário.
Quando, uma vez, Harry teria feito um escândalo antes de chegar a 500 metros desse lugar,
durante toda a viagem, ele não levantou uma sobrancelha.
Claro, o veterinário não encontrou nada de errado com Harry;
falou sobre depressão; sugeriu frango e bolas;
enviou Harry de volta pra casa pra descansar, ainda enrolado no cobertor.
Demorou sete dias para a notificação chegar.
O dono tinha morrido enquanto dormia, deixando instruções específicas para que Harry fosse sacrificado.
Harry era um cachorro morto.