Nêga
Titá Moura
Nêga, foi tu que atiraste à queima-roupa
E insiste em dizer que foi bala perdida
Eu fiquei sem fantasia na avenida
Cacos de luz na minha carne de louça
Nêga, ainda sinto em mim tua mão tão solta
Dobrando a manhã pra deixar a noite mais comprida
E a lima afiada da tua língua
Lustrando(tangendo) as estrelas do céu da minha boca.
Foi um átimo de amanhã eu sei que foi
Mel de fruta temporã
Que não vingou na colheita mas deu larva de borboleta
Que (em)pupou no coração
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