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Elegia 4: Elegia da Identidade

Tom Drummond

Letra

    "Tanto a deslumbrar
    Pra assumir pra espelhar
    Que não sei mais fingir
    Quem realmente eu sou
    Quem sou eu
    Deve haver
    Algo que a farsa ainda não se apossou
    Pro nada eu vou
    Do nada eu vim
    Mas entre os meus recortes
    Entre os meus retalhos deve haver
    Um pouco de mim

    Eu que me apossei do alheio
    Me acolhi no anseio de ver como eu seria só
    E o que serei
    Irá por fim
    Se impor por mover tudo ao meu redor
    Mas sendo assim, não mais que ator
    Eu me entrego a toda e qualquer desculpa
    Que disfarce um rosto sem cor

    Vão chegar
    Vão seguir
    Dentro em mim
    Tantos personagens
    Que eu me fiz viver
    Os atos que eu me forço a ter
    Levam a mim e as minhas vontades
    Sigo ao fim e vou assim
    A me servir de palco então
    Mendigar por atenção
    Me apagar
    Pra agradar a multidão

    Em cada passo eu busco outras formas
    Que, em tão pouco, vão se deformar
    E nessa busca que é por si ingênua
    Eu vivo a me desfigurar

    Tanto olhar senhoras e senhores
    Uns me condenam outros vão me amar
    Nessa discórdia eu monto a minha cena e os
    Atos que eu me fiz doar

    Eu vivo dessas criações
    De dar vida ao que não é real
    Mas essa avidez se opõem
    À pouca vida que de fato ainda existe em mim
    Dessa forma, sendo assim
    Eu sofro e choro, tudo que uma tragédia traz de si
    Tudo pra me retratar, tudo pra não me assistir
    Eu brinco e tropeço em tudo que uma comédia faz sorrir

    Nada pra me retratar
    Nada pra querer sentir

    Em cada passo eu busco outras formas
    Que, em tão pouco, vão se deformar
    E nessa busca que é por si ingênua
    Eu vivo a me desfigurar

    Tanto olhar, senhoras e senhores,
    Uns me condenam, outros vão me amar
    Mas não me encontro aqui
    Sigo, em vão,
    Pra me redimir eu busco em mim
    Uma obra prima mais que encenação
    Algo que desperte, em mim, afeição

    Tanto a deslumbrar
    Pra assumir, pra espelhar
    Que não sei mais fingir
    Quem realmente eu sou
    Quem sou eu
    Deve haver algo que a farsa ainda não se apossou
    Pro nada eu vou, do nada eu vim
    Mas entre os meus recortes,
    Entre os meus retalhos deve haver um pouco de mim"

    Cenas Contemplativas: Acalantos & Elegias é um trabalho para voz e piano que tem como objetivo descrever os

    encontros e despedidas que a vida nos possibilita. A proposta não se atém às aproximações e aos distanciamentos

    mas ao olhar que um personagem aplica sobre essas circunstâncias, trazendo consigo todas as suas ânsias, seus


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