Dies irae, Dies illa
Tomas de Celano
Dia da Ira, Aquele Dia
Dies irae, Dies illa
Dia da ira! Aquele dia
Dies iræ! Dies illa
Em que os séculos se desfarão em cinzas
Solvet sæclum in favilla
Testemunham David e Sibylla!
Teste David cum Sibylla!
Quanto terror é futuro
Quantus tremor est futurus
Quando o juiz vier
Quando judex est venturus
Para julgar a todos irrestritamente!
Cuncta stricte discussurus!
A Trompa esparge o poderoso som
Tuba mirum spargens sonum
Pela região dos sepulcros
Per sepulchra regionum
Convocando todos ante o trono
Coget omnes ante thronum
A Morte e natureza se aterrorizam
Mors stupebit et natura
Ao ressurgir a criatura
Cum resurget creatura
Para responder ao Juiz
Judicanti responsura
O livro escrito aparecerá
Liber scriptus proferetur
Em que tudo há
In quo totum continetur
Em que o mundo será julgado
Unde mundus judicetur
Quando o Juiz se assentar
Judex ergo cum sedebit
O oculto se revelará
Quidquid latet apparebit
Nada haverá sem castigo!
Nil inultum remanebit
Que direi eu, pobre miserável?
Quid sum miser tunc dicturus?
A que paráclito rogarei
Quem patronum rogaturus
Quando só os justos estarão seguros?
Cum vix justus sit securus?
Rei, tremenda majestade
Rex tremendæ majestatis
Que ao salvar, salva pela graça
Qui salvandos salvas gratis
Salva-me, fonte piedosa
Salva me, fons pietatis
Recordai-vos, piedoso Jesus
Recordare, Jesu pie
De que sou a causa de vossa via
Quod sum causa tuæ viæ
Não me percais nesse dia
Ne me perdas illa die
Resgatando-me, setistes lassidão
Quærens me, sedisti lassus
Me redimistes sofrendo a cruz
Redemisti Crucem passus
Que tanto trabalho não tenha sido em vão
Tantus labor non sit cassus
Juiz justo da vingança divina
Juste judex ultionis
Dai-me a remissão dos meus pecados
Donum fac remissionis
Antes do dia final
Ante diem rationis
Clamo, como condenado
Ingemisco, tamquam reus
A culpa enrusbece meu semblante
Culpa rubet vultus meus
Suplico a vós, ó Deus
Supplicanti parce, Deus
Ao que perdoou a Madalena
Qui Mariam absolvisti
E ouviu à súplica do ladrão
Et latronem exaudisti
Dai-me também esperança
Mihi quoque spem dedisti
Minha oração é indigna
Preces meæ non sunt dignæ
Mas, pela vossa bondade atuais
Sed tu bonus fac benigne
Não me deixes perecer cremado no fogo eterno
Ne perenni cremer igne
Colocai-me com as ovelhas
Inter oves locum præsta
E separai-me dos cabritos
Et ab hædis me sequestra
Ponde-me à vossa direita
Statuens in parte dextra
Condenai os malditos
Confutatis maledictis
Lancai-os na flamas famintas
Flammis acribus addictis
Chamai-me aos benditos
Voca me cum benedictis
Oro-vos, rogo-me de joelhos
Oro supplex et acclinis
Com o coração contrito em cinzas
Cor contritum quasi cinis
Cuidai do meu fim
Gere curam mei finis
Lacrimoso aquele dia
Lacrimosa dies illa
No qual, das cinzas, ressurgirá
Qua resurget ex favilla
Para ser julgado, o homem réu
Judicandus homo reus
Perdoai-os, senhor Deus
Huic ergo parce, Deus
Piedoso senhor Jesus
Pie Jesu Domine
Dai-lhes descanso eterno, Amém!
Dona eis requiem. Amen
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