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Recordando (Declamação)

Tonico e Tinoco

Letra

    Eu passo a hora contente, o meu coração sorri
    Alembro da boa gente do sítio onde eu nasci
    Vivi entre aquele povo, com tanta ingênua emoção
    Revejo de terno novo Nhô Lauro, seu Juca e o Bastião

    A Dita, boa senhora, do bom velho Nicanor
    Que no tempo de outrora foi ele meu professor
    E o Tiago, republicano, era amigo do meu pai
    Só falava no Floriano da guerra do Paraguai

    Chico Mendonça, afamado, era o maió cantadô
    Trazia a lapiana de lado, mentiroso caçadô
    Bravo, feroz, barba intensa, filho de português
    Sempre matava uma onça, caçada que nunca fez

    Eu vejo a foice roçando, o velho Juca Moraes
    Caboclo bom, gênio brando, as veis bebe um trago demais
    Chiquinho, quando endominga, vai no povoado passiá
    Vorta cheirando à pinga, querendo em casa brigá

    Amarrando a cerca da horta, curtindo um grande paixão
    A Bastiana que não vorta, deixou sozinho Janjão
    A louca paixão imensa, sempre angústia lhe trais
    A fia do seu Proença gosta de outro rapais

    E o Quim, do Juca Pachola, vem curtindo grande dor
    À noite chora na viola a mágoa do seu amor
    Nequinha acompanha o carro, fazendo ringi o cocão
    Lá vai pitando o cigarro cheiroso de fumo bom

    Com seu enorme trabuco, carça xadrez, pé no chão
    Na venda do Zé Macuco vai jogar é em truco Nhô João
    Ao longe, num largo trote, com elegância de pião
    Tilinta a espora o Quinzote montado em seu alazão

    O Clovis, caboclo elegante, com seu bombacho azul
    Veio das banda do norte comprá boiada no Sul
    E na festança de São João, quanta lembrança me trais
    Das coisas do meu sertão que o tempo deixou pra trais

    Hoje longe, muito longe, morando aqui na cidade
    A viola soluçando um ponteio de saudade
    Nóis vivemo satisfeito com este povo gentirl
    Do caboclo somo eleito, que marcou em nosso peito
    O coração do Brasil

    Nosso Brasil glorioso, vai a nossa saudação
    No tinido da viola, no verso duma canção
    Somos caboclo violero, emblema do sertão
    Estandarte da bandeira que guardo no coração

    Ficará em nossa memória pra futura geração
    Esta página da história, monumento da nação
    É o marco da vitória, é o retrato da união
    Trinta e sete anos de glória prantada no meu sertão


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