Vampiro Doidão

Humor absurdo e irreverência em “Vampiro Doidão” de Tukley

Em “Vampiro Doidão”, Tukley transforma o personagem clássico do vampiro em uma figura completamente fora do padrão, usando o humor absurdo para satirizar comportamentos exagerados e situações surreais. Logo no início, a música estabelece seu tom cômico ao afirmar que “o gato pôs um ovo”, uma situação impossível que já prepara o ouvinte para o nonsense que domina toda a letra. O vampiro de Tukley não é sombrio nem elegante: ele é “doidão”, dorme de dia, fuma maconha à noite e se envolve em situações bizarras, como “comer caco de vidro e cagar bola de gude”.

A letra faz uso constante de duplos sentidos, exageros e piadas escrachadas, misturando temas sexuais e elementos do universo do terror, como em “só faço sexo, dentro do caixão”. O humor também aparece nas trocas de papéis e nas situações inesperadas, como “comi a bunda errada” e “Marcelo é meu amigo... vou fazer com ele o que o cavalo fez com a égua”, apostando sempre no choque e na irreverência. Essa abordagem aproxima Tukley de uma tradição do rock brasileiro que usa o deboche e o absurdo para criticar ou simplesmente rir dos próprios excessos, lembrando artistas como Raul Seixas. O pedido final do personagem, para que joguem maconha em seu caixão, reforça o tom de piada e celebra o estilo de vida “doidão”, tornando a música uma grande brincadeira que busca divertir e surpreender com situações cada vez mais improváveis.