Guarás

Ei, chega aqui, quero te contar
Dos causo de um lobo, do lobo-guará
Saiu do cerrado, pros mangue encontra, as ave vermeia que reina por lá
Saiu do cerrado, pros mangue encontra, as ave vermeia no céu do Pará

Nas terra de Onete, no tal Pitiu
Deitou numa rede, comeu caruru
Sonhou com a roda, o batuque, e as moda, cantava Pinduca e comia angu
Sonhou com a roda, o batuque, e as moda, viola, maraca, açai e tutu

Abrindo os zoio, visou uma flor
Voava vermelha sem nem um pudor
Uivou com seu canto, pra ave do amor, que veio pra perto, sentiu um calor
Uivou com seu canto, pra ave do amor, chegando mais perto pediu por favor

Num quero rebu, eu só quero um xodó
E um cado de molho desse Marajó
E a ave rainha, lhe disse olha só, é dia de lobo dançar carimbó
E a ave rainha, lhe disse olha só, é dia de lobo mostrar borogodó

Gira a roda
Vira a saia
Gira até que
A gira saia
Vira a roda, gira
E bate a mão

Vira a roda
Gira a saia
Vira até que
O Jira caia
Gira a roda, vira
E bate a mão

Gira a roda
Vira a saia
Gira até que
A gira saia
Vira a roda, gira
E bate a mão

Vira a roda
Gira a saia
Vira até que
O Jair caia
Gira a roda, vira
E bate a mão

E os guarás vão rebolar pelo salão
E os guarás vão rebolar até o chão

E os guarás vão rebolar pelo salão
E os guarás vão rebolar até o chão chão chão chão chão chão chão chão chão