Not Even Ghosts Are This Empty

A luta contra o vazio em “Not Even Ghosts Are This Empty”

“Not Even Ghosts Are This Empty”, do $uicideBoy$, começa com uma referência à lenda de Tróia, destacando a inveja dos deuses pela mortalidade humana. Essa citação já define o tom existencialista e sombrio da faixa, mostrando como a beleza da vida está ligada à sua transitoriedade e ao peso de cada momento, justamente porque tudo é passageiro. Esse pano de fundo serve para abordar temas como depressão, vício e a busca por sentido diante do vazio existencial.

A letra é direta ao mostrar a luta contra demônios internos. O trecho “It always ends up self defeating” (Sempre acaba sendo autossabotador) revela a dificuldade de escapar do próprio sofrimento, mesmo quando se tenta fugir, como na comparação com Houdini, mestre das fugas. O vício aparece como uma forma de lidar com a dor, inclusive em situações familiares, como o uso de drogas com a mãe, mostrando que o ciclo de autodestruição é compartilhado e difícil de romper. O refrão “I can't feel my face” (Não consigo sentir meu rosto) reforça o entorpecimento emocional causado pelo abuso de substâncias e pela depressão. Já a frase “the worst part about hell is not the flames, it's the hopelessness” (a pior parte do inferno não são as chamas, é a desesperança) sintetiza o sentimento central da música: a ausência de esperança diante dos transtornos mentais.

O videoclipe, que mostra os integrantes em rotinas matinais e um encontro em uma capela, sugere uma busca por redenção ou sentido espiritual, mesmo em meio à desolação. A repetição de temas como fuga, vazio e autodestruição, junto a samples de rap sulista, reforça a identidade do $uicideBoy$ em tratar de forma crua e honesta as batalhas internas, tornando a música um retrato intenso do sofrimento psíquico contemporâneo.