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Tic-Tac

Vietnã

Letra

    Corda bamba da vida que treta
    À espreita raras oportunidades
    Pra mostrar seu valor via estreita
    Estreitas vias de possibilidades

    Rema o barco e não esquece da letra
    Peita aquele que sem hombridade
    Tratam os meus com tal ar de desfeita
    Contamina quem não tem maldade
    É só olhar e ver

    Que é quanto cê tem
    De onde você vem
    Não importa nem como chegou
    É bom estar no certo
    E se estiver na errada
    Vai ver o que é maldade

    Mil notas de cem
    Azar quem não tem
    A sina é só terror
    Tem sangue no olho
    Maldade na mente
    Cria dessa cidade

    Cê tenta ser forte
    E o mundo não aceita
    Passaram-se os dias
    Fugiram da luta
    Segue a guerra fria
    Ligeiro desvia
    E cabelo avoa

    Cê brinca com a sorte
    Fé ninguém respeita
    Vai chega seu dia
    A espinha esfria
    Corpo pede água
    Cê esquece uma mágoa
    E se lembra de outra

    E eu fui buscar uma razão para viver
    Procuro vida entre os escombros
    Vi o foco da destruição junto ao poder
    Vida é imposta sem desconto

    Quem percebe o sarcasmo
    É fato que já esteve lá
    E eu sei de qual lado
    Se estivesse contra já tinha caído
    Pois dentro da lei só o senhor que perdoa

    A liberdade sempre vai cantar
    Tá junto comigo
    Que é pra família e pros amigo
    Estarem lá na hora da boa

    Pra te derrubar
    Sempre vão vir de bonde
    Cê tem que ser forte
    Querem chegar no topo
    Muitos vão cair
    Poucos vão levantar

    Não espere ajuda
    Não existe uma muda pra estourar no norte
    A fita não é essa bro
    A cara confessa
    Não é esse o caminho

    Cheio de querer ser
    Forrado de verdade
    Mas ninguém vive sozinho
    Raízes e caules termos naturais
    Quem fez seu caminho?

    Tá tendo de sobra
    Transtornos habituais
    Esperança em declínio
    Me diz o que sobra
    Quem ganha com isso?
    Minha parte eu dispenso!

    Cada gota de orvalho carrega um valor
    É o ar que respiro
    Tamo na corrida do último sinal de amor
    Pra morrer de tiro

    O relógio não poupa
    E o tempo não apaga a dor
    Tretado comigo e com toda essa corja
    Que chamamos de amigo
    E não existe remédio

    Eu já contei as horas
    Que hoje reclamo não ver
    Corrida essa vida

    Pouco pra guardar
    Tanto o que não se deve esquecer
    Não aceite mentiras

    Porque a vida cobra meu mano
    Não pague pra ver
    Fato já esperado

    É o final de outra história
    E é bem nessas horas
    Deus passa a existir

    Eu lembrei da oração da minha mãe
    Que ecoava na casa
    E ela em silêncio
    Eu Lembrei do meu pai
    E do quanto meu véio trampava
    Um dia eu compenso

    Eu pensei na minha vó
    E percebo como o tempo passa
    Não estava nem vendo as voltas de um relógio
    Só que essas não voltam
    E Deus passa a existir

    E eu fui buscar uma razão para viver
    Procuro vida entre os escombros
    Vi o foco da destruição junto ao poder
    Vida é imposta sem desconto

    Vietnã


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