Entre o Fôlego e o Fim

A noite pesa, mas ainda escuto um brilho no escuro
Parece distante, mas me chama pelo nome
O coração corre antes dos meus pés

Eu tropeço no silêncio que inventei pra me esconder
Rasgo as sombras que me prendem sem querer
Cada passo que eu dou parece meio torto
Mas mesmo quebrado, eu sei que ainda tô vivo por pouco

E quando o medo sussurra que eu não vou vencer
Eu sinto um sopro que não vem de mim
Parece alguém dizendo fica de pé
Mesmo quando eu já não sei pra onde ir

Eu grito: Me leva pra longe de tudo que me afasta de Ti!
E o céu responde com fogo, rasgando meu peito até me refazer
Entre o fôlego e o fim, eu aprendo a respirar de novo
Porque o Teu amor não desiste, nem quando eu tento me perder

Às vezes eu finjo força só pra não desabar
Mas Tu me enxerga antes mesmo de eu falar
Quando tudo despenca, é aí que Tu chega
Dizendo que o impossível ainda pode caminhar

E quando a alma treme como vidro fino
Tu recolhe cada estilhaço em mim
Não deixas nada perdido no caminho
Reconstrói até o que eu não vi ruir

Eu grito: Me leva pra longe de tudo que me afasta de Ti!
E o céu responde com fogo, rasgando meu peito até me refazer
Entre o fôlego e o fim, eu aprendo a respirar de novo
Porque o Teu amor não desiste, nem quando eu tento me perder

Se o mundo pesa demais, segura minha mão
Eu não quero ser perfeito, só quero ser Teu
E mesmo quando a fé parece um fio no escuro
Tu acende um raio e me lembra quem sou

Respira!
Respira!
Levanta!
Levanta!

Eu grito: Me leva pra longe de tudo que me afasta de Ti!
E o céu responde com fogo, rasgando meu peito até me refazer
Entre o fôlego e o fim, o Teu amor me cria de novo
E eu volto a respirar, mesmo onde eu achei que ia morrer