Telhados de vidro

Eles dizem que eu canto rap, mas não oiço rap
Man, eu oiço rap, eu não oiço é só rap
Dez anos de caminhada, seguindo os meus passos
Pra chorares comigo, calça os meus sapatos

Tudo o que vi, vivi, tá guardado no tempo
Eu não sou por fora, como sou por dentro
Tempestades vivem fora, diamantes vivem dentro
Sozinha no escuro, não há julgamento

Caçadora de luas, faço coleção de sonhos
Se sou feita de amor, é aqui que o ponho
Exponho as minhas veias, sou o meu gang
Componho-me num A4, tenho tinta no sangue

Eu não quero fama, quero reconhecimento
Eu não quero números, eu quero sentimento
Quero que sintas o que digo, estas lágrimas de lava
Porque elas param quando me ouves
Com o teu sorriso na cara

Eles falam de mim, como se tivessem cá dentro
Quando eu dou tudo o que tenho, eu vivo o momento
Eles falam de mim, como se fossem o centro
Quando eu dou tudo o que tenho, dou o meu expoente
Falas de mim sem falar de ti
Falam sem telhados de vidro
O mundo não é teu
É de um desconhecido

Eles dizem que não sou do meio
Que devo ter dinheiro
Cá em casa tudo o que vejo
Foi do trabalho do ano inteiro
Devo ter a cara clean
Mas nunca conheci mealheiros
Tenho o sorriso da minha mãe
Quero lá saber do dinheiro

A capacidade de se escrever, não se mede pelo meio
Chama-lhe dom, chama-lhe o que quiseres, isso tá no peito
Sem jeito pra disfarçar, faço isto por gostar disto
Independentemente de tudo, eu nunca desisto

Sou isto! Tenho 10 estrelas cadentes nos dedos
E quando agarro a caneta
Caem-me todos os medos
Sou a queda de um cometa
Alguém guardou em segredo
Sou o guerreiro que cai e se levanta no templo

Tenho a esperança no 100. Eu acredito sempre
E mesmo que eu perca, não há vez que não tente
Contente até aqui, a minha coragem é misseis
Porque não há coisas impossíveis, só há coisas difíceis

Eles falam de mim, como se tivessem cá dentro
Quando eu dou tudo o que tenho, eu vivo o momento
Eles falam de mim, como se fossem o centro
Quando eu dou tudo o que tenho, dou o meu expoente
Falas de mim sem falar de ti
Falam sem telhados de vidro
O mundo não é teu
É de um desconhecido

O que importa é, sei lá, devemos fazer o que sentimos
Eles só falam porque não tão cá dentro. Tão dentro deles
Então, faz o que te apetece, vão criticar-te de qualquer maneira

Eles falam de mim, como se tivessem cá dentro
Quando eu dou tudo o que tenho, eu vivo o momento
Eles falam de mim, como se fossem o centro
Quando eu dou tudo o que tenho, dou o meu expoente
Falas de mim sem falar de ti
Falam sem telhados de vidro
O mundo não é teu
É de um desconhecido