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Os Cabra Bom de Faca

Wallash Tom

Letra

    Os cabra bom de faca
    Que arrudiava as imediações
    Bebiam cachaça até o talo
    Só davam preocupações
    Todo mundo fechava as portas
    Com o medo da faca que corta
    Lhes cortar o coração

    Os cabra bom de faca
    Tão perigosos e destemidos
    Não temiam a quase nada
    Pois furavam qual quer umbigo
    Se deles se aproxima-se
    Sem usar a sua linguagem
    Do doutor e do sabido

    Os cabra bom de faca
    Quem não lembra do rasga cão
    Furava qual quer cachorro
    Batia em qual quer cagao
    Apavorava o povo todo
    Pra ele não tinha cão solto
    Que amedrontasse o seu facão

    Os cabra bom de faca
    Tinha um tal de cabeça de aço
    Que bebia todas no bar
    E afrontava qual quer paiaço
    Era um terror da redondeza
    Falo isso com muita certeza
    Pois presenciei todos os fatos

    Numa época sem muito lei
    Os cabra bom de faca
    Riscava pintava e bordava
    Batia em cabra com rei
    Jurava morte a qual quer um
    Chamavam um por um
    No murro e no encostei

    Quando a noite por lá chegava
    Só se ouvia olha a faca!
    Dos cabra no bar gritando
    Quando pra briga alguém chamava
    Muitas tristezas foram reais
    Muitos crimes presenciais
    De mães que implorava

    Naquela escoridao total
    A luz era da lua e do cigarro
    Que iluminava na estrada
    No olhar brilhante do animal
    Pois não havia luz elétrica
    Pois de uma coisa era certa
    Se alguém peitasse frontal

    Era o povo todo acuado
    Trancados em suas casas
    Observando sem dar um Piu
    Escutando bem o recado
    Dos cabra bomzao de faca
    Bebendo e fumando na estrada
    Gritando e amedrontando malas

    Quando o cabra chegava no bar
    Com a Lapa de faca no quarto
    Todos já ficavam em alerta
    Pois muitas vezes era certa
    Uma confusão um chingamento
    Que apanhavam feito jumento
    Por besteiras indiretas

    Fui criado vendo essas marmotas
    De cabras fazendo apostas
    Se da sua palavra duvidasse
    Se alguém tivesse discórdia
    De sua vida e passado sombrio
    Não tinha um alguém que se viu
    Tantas besteira sebosa

    Os cabra bom de faca
    Daquela região que dominava
    A faca e o suor da cana
    Todo Zé valente tinha fama
    Riscava a faca no chão
    Furava e batia em irmão
    Com a força na mente da cana

    A vida não tinha sossêgo
    Os dias não eram pacatos
    Cidadãos vivendo assombrados
    Por tal desrespeito
    Dos cabra bomzao de faca
    Que hoje ainda se fala
    Da fama desses sujeitos

    Ao passar pelas estradas
    Muitas cruzes ainda se vê
    De entes queridos perdidos
    Muitos deles envolvidos
    Em brigas confusões banais
    Restando apenas sinais
    De violências e corpos caídos

    Os cabra bom de faca
    Que muitas histórias se conta
    Muitos deles ainda dá conta
    Das besteiras da vida vivida
    Com um passado todo reimoso
    Com pesadelos teimosos
    Que rondeou o indivíduo

    Futuras gerações saberão
    Dos rumores desses senhores
    Que assombração suas mentes
    Que apavorava muita gente
    Por lembranças de um tal cangaço
    Que por muito tempo não teve espaço
    Quando peitaram um tenente

    Só restando assim histórias
    E nem um pingo de glória
    Pra tamanhas covardias
    Que aprontavam todo dia
    Com as vidas de cidadãos
    Com mortes e sangue nas mãos
    Pior coisa não se via


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