MUGRE

Hay angustias que te dejan esquelético
No se calman ni con tandas de analgésicos
So let it go, que esta vez no es hipotético
Y si no soltás la mierda, vas a terminar colérico

Y entiendo que estés cansado
Hay veces que el no presente es una cuestión que aturde
Pasando del remordimiento de un hecho pasado
Al futuro que es un pozo plagado de incertidumbre

Me ofrecieron mucho por cumplir con el perfil de imbécil
Y aunque tanto no me alejo, elijo lo difícil
Eso me conduce a cierta parálisis
Bardo afuera y bardo adentro, doble crisis

Ya no hago análisis
Estoy cortando los cartones de la bici
Juego con lo poco estable de mi psiquis
Pero todo va a estar bien, así que take it easy

Mi alma se pone fea cuando el día amanece
Y el Sol pregunta a gritos: ¿Hoy qué vas a hacer?
Vuelvo a encontrar refugio donde todo oscurece
Y mis vergüenzas bailan sin que vos las puedas ver

Este es mi flash, así nomás
¿Y qué más da si no les llega a todos?
Eso que les encanta es una trampa para bobos
Analizan las palabras, en algún lugar los jodo
No saben que no hay un qué si antes no existe un cómo

Peco de acudir al ego
Y yo me inventé un lugar pa' aportarle magia al juego
Hacés siempre lo mismo, gil, te faltan huevos
No hables de identidad cuando te encasillás por miedo

Perdido en la muchedumbre, eh
Entre sueños que te aturden, eh
En la calma que se pudre
Tu carne es incertidumbre

Esperanza que se pudre, eh
No dejes que sea costumbre, eh
El vivir entre la mugre, mugre
Ese brillo que te cubre, una capa que se pudre

Miro para arriba, cae pánico
Lluvia en mi cara, tipo pálido
Quiero ser mágico como ese conejo
Que está corriendo atrás de tu reflejo, ¿no lo ves?

Uno, dos, tres, un bucle de estrés que nos atrapa
Silencios que aprietan la garganta
Palabras encriptadas, cae el hampa
A la verdad no puedo hacerle trampa

Entré fuerte, así como un trago de aguardiente
Y te hablo claro hasta con la faca entre los dientes
En este tramo no me lleva la corriente
Todo lo que derramo es lo que emano de mi vientre

Y hablar de mí me suena raro
No puedo dormir cuando afuera llueven mil palos, eh
El humo que nos venden sale cada vez más caro
Nadie se hace cargo del ruido de esos disparos

Perdido en la muchedumbre, eh
Entre sueños que te aturden, eh
En la calma que se pudre
Tu carne es incertidumbre

Esperanza que se pudre, eh
No dejes que sea costumbre, eh
El vivir entre la mugre, mugre
Ese brillo que te cubre, una capa que se pudre

Perdido en la muchedumbre, eh
Entre sueños que te aturden, eh
En la calma que se pudre
Tu carne es incertidumbre

Esperanza que se pudre, eh
No dejes que sea costumbre, eh
El vivir entre la mugre, mugre
Ese brillo que te cubre, una capa que se pudre

SUJEIRA

Existem angústias que te deixam esquelético
Que não passam nem com uma porção de analgésicos
Então deixe isso pra lá, porque desta vez não é hipotético
E se você não colocar a merda pra fora, você vai se tornar patético

E eu entendo que você está cansado
Há momentos em que a ausência é algo que confunde a cabeça
Passando do remorso de um acontecimento passado
Para o futuro que é um poço cheio de incertezas

Recebi grandes ofertas para fazer papel de imbecil
E embora eu não seja tão diferente, escolho o mais difícil
Isso me leva a uma certa paralisia
Uma confusão por dentro e por fora, uma crise em dobro

Eu não faço mais terapia
Estou cortando as caixas da bicicleta
Eu brinco com a parte pouco estável da minha psique
Mas tudo vai ficar bem, então relaxe

Minha alma fica feia quando o dia amanhece
E o Sol pergunta gritando: O que você vai fazer hoje?
Volto a encontrar abrigo onde tudo fica escuro
E minha vergonha dança sem você conseguir vê-las

Este é o meu delírio, simples assim
E que diferença faz se não alcança todo mundo?
Isso que eles amam é uma armadilha para tolos
Analisam as palavras, em algum lugar eu os fodo
Não sabem que não existe um o quê se antes não houver um como

Eu peco por recorrer ao ego
Eu inventei um lugar para trazer magia para o jogo
Você nunca inova, otário, você não tem coragem
Não fale sobre identidade, se você segue o padrão por medo

Perdido na multidão, ê
Entre sonhos que te perturbam, ê
Na calma que apodrece
Sua carne é a incerteza

Esperança que apodrece, ê
Não deixe que vire um costume, ê
Viver na sujeira, sujeira
Esse brilho que te cobre, uma camada que apodrece

Eu olho para cima, entro em pânico
Chuva no meu rosto, meio pálido
Eu quero ser mágico como aquele coelho
Que está correndo atrás do seu reflexo, você não vê?

Um, dois, três, um ciclo de estresse que nos prende
Silêncios que apertam a garganta
Palavras criptografadas, a quadrilha cai
Não consigo enganar a verdade

Cheguei com força, tipo uma gole de cachaça
E eu sou franco mesmo com uma faca entre os dentes
Nessa parada, a maré não me carrega
Tudo que eu derramo é o que emana do meu interior

E falar de mim mesmo é estranho
Eu não consigo dormir enquanto o céu despenca lá fora
O cigarro que eles nos vendem está ficando cada vez mais caro
Ninguém assume o controle do barulho desses tiros

Perdido na multidão, ê
Entre sonhos que te perturbam, ê
Na calma que apodrece
Sua carne é a incerteza

Esperança que apodrece, ê
Não deixe que vire um costume, ê
Viver na sujeira, sujeira
Esse brilho que te cobre, uma camada que apodrece

Perdido na multidão, ê
Entre sonhos que te perturbam, ê
Na calma que apodrece
Sua carne é a incerteza

Esperança que apodrece, ê
Não deixe que vire um costume, ê
Viver na sujeira, sujeira
Esse brilho que te cobre, uma camada que apodrece

Composição: WOS