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WWL RAP

Letra

    É rotina que revolta, parece sem solução
    Preto matando preto, pivete de arma na mão
    Colando com facção, fica cego pelo poder
    Não dispensa inimigo, a lei é matar ou morrer

    Tem que botar pra fuder, ele quer ser respeitado
    Mete as cara mermo, não tem medo de virar finado
    É a mãe que chora, perde seu filho pra guerra
    Deu conselho, deu em nada, compra caixão e enterra

    É bala e fogo, e a culpa sempre sobra pros pais
    Falador só faz falar: "devia ter educado mais"
    Mas a culpa é de quem deveria fazer e não faz
    Até quando a gente vai ver preto matando os iguais?

    O crime organizado roubando as mentes férteis
    E o estado, ao invés de projetos, manda projéteis
    Invade já dando tiro, “porra, encosta na parede!”
    É que vêm da caatinga e sangue de preto mata sede

    Enquanto neguin se esforça pra entrar na faculdade
    Dar orgulho pra família, ter o seu na honestidade
    Tem gente se incomodando com as nossas conquistas
    Porque os preto nasceram só pra ser estatística

    O menor tem que estudar, mas não tem influência
    Se na rua o que ele vê é somente violência
    Pra cada meta que tem vem 50 dificuldades
    O sonho, só quando dorme, parece realidade

    Segue na vida imitando o que ele vê na TV:
    Que o favelado é do crime e do crime sempre vai ser
    Mas vê se estuda, neguin, que a vida não é novela
    Mas, quando alcançar o topo, não esquece da favela

    A juventude negra está em perigo
    Sendo caçada e tratada como inimigo
    Como se não bastasse nosso passado sofrido
    O preconceito ainda reina, o mundo tá perdido
    (E vem desde nascido)

    Jovem precoce com o canhão em sua posse
    Atacante do crime, é pra esse time que ele torce
    Além de oferecer perigo pra sociedade
    Vivendo à mercê, perto da criminalidade

    Que desde cedo recruta para o movimento
    Onde sonhos se perdem entre aflições e tormentos
    A mãe que chora sofrendo a perda do seu filho
    Sem oportunidade, aprendeu puxar gatilho

    A flor que é esquecida só pode exalar o ódio
    Histórias repetidas reprisam um velho episódio
    Que se você é preto, 2x ser melhor
    Chega de jorrar sangue, eu quero é derramar suor

    Que as bibliotecas ocupem as periferias
    Onde o acesso é desigual não existe meritocracia
    Na frente da telinha, novela influencia
    Se falta o que fazer, violência os alicia

    Minha juventude exterminada pela polícia
    Carne barata que o seu jornal não noticia
    Assim eu sigo imponente na resistência
    Que o jovem favelado é o que sofre mais violência

    Deixa eles moscar, o rap ainda é nossa ciência
    Transmite sua mensagem e nos dá a consciência
    Eu clamo por justiça e peço um pouco mais de paz
    Chega de morte e tristeza entre os meus iguais

    Eu peço um pouco mais de respeito e dignidade
    Onde falta assistência impera desigualdade
    Não é conto de fadas e sim a realidade
    O crime é a saída por ter mais praticidade

    Não importa a idade, a criminalidade
    Não deixa de existir reduzindo a maioridade penal
    Meu povo morto é tão banal
    O sistema que mata é o mesmo que dá o aval

    A juventude negra está em perigo
    Sendo caçada e tratada como inimigo
    Como se não bastasse nosso passado sofrido
    O preconceito ainda reina, o mundo tá perdido
    (E vem desde nascido)

    E assim que é, um fudido na vida
    Sem acesso à educação e guiado pela ambição
    Menor de idade já carregando crime nas costas
    Tem assalto e arrastão, alguns até de arma na mão

    Pois é, tem quem apoie a redução
    Dizendo que, sem dúvida, seria a melhor solução
    Ah, nunca foi e nem será
    Fera presa, aumenta a raiva, pior ainda quando soltar

    E oportunidade é o que falta
    Pro moleque do gueto que já nasce sob ameaça
    Desse comando sujo, deprimente
    Hipócrita e racista que sempre põe o dinheiro na frente

    O lucro importa mais que o bem estar
    O pivete da Graça vale mais que o pretin do Calabar
    Julgados e estereotipados
    Como se os mano da perifa já tivessem um legado

    Se é do morro ou dos becos da cidade
    Já é recebido de olho torto na maldade
    Nas novelas o preto é o ladrão
    De merda a profissão, branquelo é barão

    Já passou da hora de abrir a mente
    E enxergar que quem julga é quem paga de indelinquente
    Fecham as portas para a vida e abrem as cadeias
    Não tem pr'onde correr e lota uma cela já cheia

    Jovens carentes de saúde, educação
    E nomeados de escória pela população

    A juventude negra está em perigo
    Sendo caçada e tratada como inimigo
    Como se não bastasse nosso passado sofrido
    O preconceito ainda reina, o mundo tá perdido
    (E vem desde nascido)

    Composição: Lucas Santiago / Wallace Cardozo / Wesley Correia. Essa informação está errada? Nos avise.

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