exibições de letras 197
Letra

    Me alcança tuas penas gaucho
    É quando descubro o silêncios
    Pelo cansaço das horas
    Quando minha cismas se alongam
    Ao recorrer as estrelas
    E essa existência terrena
    Encontra insônias de fogo

    Onde andarás
    Fazendo fronteiras
    Entre estrelas e arreios
    Apenas escuto os fantasmas
    Nas casas grandes de estâncias
    A brincarem de rio grande
    Nas campeiras madrugadas

    Me alcança tuas penas gaucho
    Nobre sobrevivente
    Do rio de la plata
    Changador, tropeiro
    Carregador de distâncias
    Das missões a Buenos Aires
    Da fronteira ao litoral

    E os sinos
    Da catedral da santa cruz de loreto
    Um caminhante
    Que traz querência nos olhos
    De geografias e rastros
    De semblantes desconfiados
    Dos manejos dos baralhos
    Sobre palas estendidos
    Onde haviam vencido
    Com trucos mal enredados

    Por vezes os olhos mansos
    De ver crianças nos setembros
    Brincando com as pitangueiras
    Sem saber que o destino
    Que tem o tempo nas mãos
    Lhes roubaria a infância
    E a primavera
    Da estância, da flor, do trevo, do chão

    De ver moradores pelos matos
    Com negrume nos cabelos
    E guaranys nos seus lábios
    Mendigando sua essência
    Das catedrais às taquaras
    Os olhos estilhaçados
    Com esperanças dormidas
    Pelos pousos das estradas

    Multiplicam-se as distâncias
    Do galpão a casa grande
    Pela investida dos passos
    Garroneiors e estreleiros
    Da tua alma ameríndia
    Te trouxe o fiel testemunho
    Do tempo nos seus rascunhos
    Pra o alicerce da vida

    Enquanto tuas penas me alcançam
    Minhas cismas de fogo
    Um velhito se anuncia lentamente
    Com timbres de quero-queros
    Abre a cancela e empurra o baio
    Traz agostos sobre o poncho
    E o sossego das cacimbas
    Na bendita teimosia
    De andar abrindo cancelas
    Na serenata do Sol

    Guarda esperanças antigas
    Com mistérios de galpões
    E as razões de tanto inverno
    Prenunciando em voz de vento
    Envelhecendo geadas
    Nas crinas brancas do tempo
    E me agradece de úmidas retinas
    Por falar do meu avô


    Comentários

    Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra

    0 / 500

    Faça parte  dessa comunidade 

    Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Xirú Antunes e vá além da letra da música.

    Conheça o Letras Academy

    Enviar para a central de dúvidas?

    Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.

    Fixe este conteúdo com a aula:

    0 / 500

    Opções de seleção