Stoletnij dozhd'
Stoletnij dozhd'...
H7 Em
Rezinovyj sapog v syrom peske.
C G A
Glaza stoyat na rzhavom potolke.
Istrachen sgoryacha veselyj bred.
Scepilis', hohocha, kolechki bed .
Stoletnij dozhd'...
Nad propast'yu vesny sobralis' sny
I rannie glotki bol'shoj toski.
Nogtyami po stene skrebet aprel',
Kak budto za stenoj rastut cvety,
Kak budto ih uvidet' s vysoty.
Stoletnij dozhd'...
Sto let prozhili my - gotov obed
Iz myl'nyh puzyrej syrogo dnya,
Iz kostochek razgadannyh stihov,
Iz pamyati s podoshvy sapogov,
Prosolennyj kristallami ognya.
Stoletnij dozhd'...
Po tihoj polose bredut slova
I rushitsya izmyataya listva.
Ispolnen predposlednij prigovor,
Vse vznosy za aprel' vozneseny
I sny visyat nad prorub'yu vesny.
Stoletnij dozhd',,,
Stoletnij dozhd',,,
Stoletnij dozhd',,,
Chuva Centenária
Chuva centenária...
H7 Em
Bota de borracha na areia molhada.
C G A
Os olhos fixos no teto enferrujado.
Desperdiçado, ardendo, uma alegria sem sentido.
Se agitaram, rindo, as rodas da desgraça.
Chuva centenária...
Sobre o abismo da primavera, os sonhos se reuniram
E a tristeza profunda já se fazia sentir.
As unhas arranham a parede em abril,
Como se flores crescessem atrás da parede,
Como se pudessem ser vistas do alto.
Chuva centenária...
Cem anos vivemos - o almoço está pronto
De bolhas de sabão de um dia úmido,
De ossos de versos decifrados,
Da memória sob as solas das botas,
Salgado como cristais de fogo.
Chuva centenária...
Palavras flutuam na faixa silenciosa
E as folhas amassadas se agitam.
Cumprido o penúltimo veredicto,
Todos os tributos de abril foram pagos
E os sonhos pairam sobre a abertura da primavera.
Chuva centenária...
Chuva centenária...
Chuva centenária...