Vendetta (part. Villano Antillano)

Resistência e empoderamento em “Vendetta (part. Villano Antillano)”

Em “Vendetta (part. Villano Antillano)”, Young Miko e Villano Antillano utilizam a imagem da máscara de Vendetta como símbolo de resistência e desafio às normas impostas à comunidade LGBTQ+ e às mulheres. A referência à máscara, famosa pelo filme e por protestos ao redor do mundo, vai além do visual: representa a recusa em se submeter a padrões externos. O verso “Me quité la mascara V for Vendetta (stupid)” (“Tirei a máscara V de Vendetta (idiota)”) reforça que, mesmo sem a proteção simbólica, a postura de enfrentamento e autenticidade permanece. A força está em assumir quem se é, sem medo ou disfarces.

A letra mistura espanhol e inglês para transmitir confiança e celebrar conquistas pessoais e materiais, como em “La paca pesa demasiao', ya me tiene el bolsillo hasta estirao'” (“O maço de dinheiro está pesado demais, já deixou meu bolso até esticado”), destacando independência financeira. Ao mesmo tempo, há uma recusa clara de se encaixar em papéis tradicionais de gênero ou de agradar aos homens, como em “To' los hombres a mi vida pegao', mala mía no tiro pa' ese lao'” (“Todos os homens grudados em mim, desculpa, não é pra esse lado que eu vou”), reafirmando o foco na liberdade e no desejo próprio. O tom desafiador aparece em frases como “Quiero que las putas maten a su proxeneta, quiero que las putas nos comamos el planeta” (“Quero que as garotas de programa matem seus cafetões, quero que as garotas de programa dominem o planeta”), propondo uma revolução feminina e ecoando o empoderamento que Young Miko já destacou em entrevistas.

A colaboração entre as duas artistas porto-riquenhas também simboliza união e representatividade para mulheres e pessoas LGBTQ+ no rap e trap latino. “Vendetta (part. Villano Antillano)” vai além da ostentação: é um hino de autoafirmação, resistência e celebração da individualidade, usando referências culturais para desafiar quem tenta limitar suas vozes.