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Ma Valse

Zaz

Letra

Minha Valsa

Ma Valse

Veja-me sorrir como uma rosa ao vento
Regardez-moi sourire comme une rose au vent

Flutuando meu delírio sob o desejo ardente
Flotter mon délire sous le désir ardent

Estar viva e rainha no meu mundo inocente
Être vivante et reine dans mon monde innocent

Destas chuvas de luz que se fundem no meu campo
De ces pluies de lumière qui fondent sur mon champ

Veja-me aberta ao amor que me espera
Regardez-moi m'ouvrir à l'amour qui m'attend

Seus braços e suspiros que me aquecem o sangue
Ses bras et ses soupirs qui me chauffent le sang

A espuma sob meus pés como um tapete de seda
La mousse sous mes pieds comme un tapis de soie

Uma base para minha cama, às vezes me abandonar
Un socle pour mon lit, m'abandonner parfois

Veja-me sofrer quando eu não me amo mais
Regardez-moi souffrir quand je ne m'aime plus

Que eu tenho medo de ser vista e de estar desnudada
Que j'ai peur d'être vue et d'être mise à nu

Quando estou vulnerável e ninguém ouve
Quand je suis vulnérable et que personne n'entend

A magnitude do horror que ruge e compreende mal
La grandeur de l'horreur qui gronde et qui méprend

Olhe esse grande vazio, esse estranho tão terno
Regardez ce grand vide, cet inconnu si tendre

Eu gostaria de sucumbir e não esperar nada
Que j'aimerais succomber et ne plus rien attendre

Um silêncio que assusta, que não pode surpreender mais
Un silence qui fait peur, qui ne peut plus surprendre

Porque eu conheço mil vezes o sabor de suas cinzas
Car je connais mille fois la saveur de ses cendres

Amor lançado como um presente roubado
L'amour en bandoulière comme un cadeau volé

Eu gostaria de ser mãe para me consolar melhor
Je voudrais être mère pour mieux me consoler

Para me dar as boas vindas, a escuta e o alívio
Pour me donner l'accueil, l'écoute et le sursis

Me dar a doçura, me dar o descanso
Me donner la douceur, me donner du répit

Como dar a si mesmo esse amor que é esperado
Comment donner à soi cet amour qu'on attend

Que nunca é o suficiente e não sabemos como obter
Qui n'est jamais assez et qu'on ne sais pas prendre

Mesmo se às vezes surpreendemos seu coração sorrindo
Que même si l'on surprend son cœur sourire parfois

Se fecha tão rapidamente, por medo de se afogar
On le referme si vite, de peur que l'on se noie

E então uma noite, um dia, não nos atrevemos a aceitá-lo
Et puis un soir, un jour, on n'ose l'accepter

Esta pérola, esse sésamo que tínhamos bem escondido
Cette perle, ce sésame qu'on avait bien caché

No vazio do nosso esquecimento, na beira do cais
Au creux de notre oubli, au bord de la jetée

Contemplando o céu vermelho dos sonhos apagados
Contemplant le ciel roux des rêves effacés

É o fim que surge como uma raiva visceral
C'est la fin qui surgit comme une rage au ventre

O ardor indescritível que grita e nos assombra
L'ardeur insaisissable qui crie et qui nous hante

Como um velho fantasma cansado de não ser reconhecido
Comme un vieux fantôme las de n'être reconnu

Ser ouvido sem medo para poder ser lido
Être écouté sans crainte pour pouvoir être lu

Veja-me lutar contra qualquer coisa, contra tudo
Regardez-moi me battre contre rien, contre tout

Prisioneira da minha gaiola que construí pela última vez
Prisonnière de ma cage que j'ai construite par bout

Contando minha história para não esquecê-la
Racontant mon histoire pour ne pas l'oublier

Ela hoje me trava a garganta, minha liberdade
Elle me serre aujourd'hui la gorge, ma liberté

Eu terminei, é suficiente, suficiente para ser vítima
J'en ai fini, assez, assez d'être victime

De um medo sem sentido que cantaria seu hino
D'une peur insensée qui chanterait son hymne

Que eu uso em mim como uma bandeira flutuante
Que je porte en moi comme un drapeau flottant

Pela brisa dos antigos na árvore do nada
Par la brise des anciens dans l'arbre du néant

Eu termino a história, deixo o vento ir
Je termine l'histoire, je laisse aller le vent

Eu lhe devolvo a esperança e o hálito do passado
Je lui redonne l'espoir et le souffle d'antan

Mando de volta à terra as falsas crenças
Je remets à la terre ces croyances erronées

Que compreendi e que não tem fundamento
Que l'ont m'a bien apprises et qui sont mal fondées

Se eu quero viver este mundo, minha vida do meu jeito
Si je veux vivre ce monde, ma vie à ma façon

Eu aceito viver minha lei, combinar minha alma com minha razão
J'accepte de vivre ma loi, allier mon âme à ma raison

Eu deixo ir, me atrevo a viver
Je lâche prise, j'ose me vivre

Eu deixo ir e me atrevo a viver
Je lâche prise, et j'ose vivre

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