Ao Arrepio da Lei (part. Chico César)

Ao Arrepio da Lei: Uma Jornada de Rebeldia e Autodescoberta

A música "Ao Arrepio da Lei", de Zeca Baleiro com participação de Chico César, é uma narrativa poética que explora a rebeldia e a busca por identidade através de experiências pessoais e culturais. A letra começa com uma reminiscência da infância do narrador, que, ao arrepio da lei, frequentava cinemas para assistir a faroestes, mesmo sem ter idade permitida. Essa transgressão inicial é um símbolo da sede de justiça e vingança que ele absorvia dos filmes, refletindo uma alma jovem que se preparava para enfrentar o mundo.

O segundo verso aborda um amor proibido, onde o narrador, aos 14 anos, se envolve com uma mulher de 23. A sala escura do cinema se torna um palco para suas primeiras experiências amorosas, onde ele, inspirado pelos heróis do faroeste, toma coragem para agir. Essa passagem ilustra a mistura de inocência e ousadia, características marcantes da juventude, e como o cinema influenciou suas ações e emoções.

No último verso, Zeca Baleiro se apresenta como um poeta e músico que vive "ao arrepio da lei", desafiando o sistema e a opressão. Ele se compara a heróis do faroeste, como Franco Nero e Trinity, que lutam contra injustiças. A palavra se torna sua arma, e a música, sua forma de resistência. A repetição do refrão "não me arrependo de nada" reforça a ideia de que todas as transgressões e escolhas feitas ao longo da vida foram essenciais para sua formação e identidade. A música, portanto, é uma celebração da rebeldia, da coragem e da autenticidade.