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El Diablo Cazador de Muchachas Con El Culo Caliente

Zero Ora!

Letra

    Há vinte dias na estrada engolindo poeira
    Vendendo almoço frio pra dormir de esteira
    A noite inteira no relento cultivando carrapato
    Sem conseguir contrato pra tocar ou lavar prato
    A gasolina tá acabando, nem vai dar pra voltar
    O jeito é todo mundo ajoelhar e rezar

    Até que num boteco na beira do caminho
    Comendo pão dormido e pingado requentado
    Um tipo todo estranho apareceu pra ajudar
    Falando meio doce, oferecendo a salvação
    "eu conheço um lugar, vocês vão adorar
    Estabelecimento de respeito, vocês têm que tocar!"

    Rodando a tarde toda sobre asfalto esburacado
    Estrada de chão, porteira caída
    E no meio do nada, de repente apareceu
    Feito um velho fantasma assombrando a madrugada
    Um velho armazém acorrentado aos pés do morro
    Deu vontade de correr dali pedindo socorro

    Janelas encardidas, telhado apodrecido
    Parede esburacada, freguesia endiabrada
    Um velho pregador alertando no portão
    "todo mundo vai pros quintos cozinhar no caldeirão!"
    E na entrada da varanda um letreiro escrito à mão
    Anunciando aos quatro ventos o nome do salão

    Bien venidos en el diablo cazador de muchachas
    Con el culo caliente

    O dono da espelunca era um índio boliviano
    Com um olho vazado, cicatriz por todo lado
    Riu de trás do balcão, mostrando só um dente
    Uma jaqueta de ouro reluzindo aqui na frente
    "yo soy ernesto quinjones, me llaman la serpiente
    Un nombre cariñoso que dieron para gente"

    Mostrou todo o salão e o palco bem no fundo
    Ao lado do banheiro mais sujo desse mundo
    A placa pendurada avisava sem pudor
    "pra homem e pra mulher, tanto faz a preferência
    Aqui no el diablo não se tem dessa frescura
    Seja macho, dama ou frouxo, ninguém vê indecência"

    Bien venidos en el diablo cazador de muchachas
    Con el culo caliente

    Às duas da manhã, tocando alto e sem parar
    Pra uma platéia de esquisitos e mosquitos de matar
    Um portuga engravatado, manoel de além mar
    De paletó todo puído e um bafo de gambá
    Apontou com dedo torto já querendo avisar
    "sou o dono das catraias, mas não do lupanar"

    "gisela é a magrela com cabelo avermelhado
    Teobalda, a patrasana de nariz engraçado
    As gêmeas mary e juana são bagulho de primeira
    De uma tribo paraguaia especialista em galopeada
    Mas se vieram aqui, pra tocar ou copular
    Com as meninas ninguém buli, comeu, tem que pagar"

    Bien venidos en el diablo cazador de muchachas
    Con el culo caliente

    Às quatro da madruga o el diablo explodia
    Feito um velho caldeirão que no fogo fervia
    A polícia apareceu sem pedir explicação
    Descendo a bordoada em todo traste do salão
    Parecia o fim do mundo, a minha mãe bem dizia
    O rock'n'roll é ilusão, meu filho, larga essa vida

    Às seis da madrugada, o sol nascendo quadrado
    O boliviano amaldiçoado ali na cela do lado
    E quando enfim nosso destino parecia ferrado
    Um seu dotô todo engomado apareceu com uns trocados
    Pagou nossa fiança e disse sumam na estrada
    Esqueçam que um dia viram a placa de entrada

    Bien venidos en el diablo cazador de muchachas
    Con el culo caliente

    Composição: Hudson / Jefferson Sarmento / Junior / Suel. Essa informação está errada? Nos avise.

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