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exibições de letras 18

Tempinho Viscoso

Luiz Fernando Mancilha

E chove que chove, e venta que venta
fazia semana.
E eu na varanda
metido em capote, deitado na rede,
fumando de palha, tirando pestana.

Mas um passarinho, um desgraçadinho,
mexeu co´s meu brio de home raçudo
e trabalhadô.
Sem tento no vento, sem tento na chuva,
num vai e que vem trazendo folhagem,
o tar passarinho fazia seu ninho.

Olhei só de esgueio o ente avoa:
“Ocê ta pensando que quem só trabalha
com esse tempinho é o passarinho?
Pois fique pensando, pensando e avoando...”

No átimo ergui, ranquei o capote,
saí da varanda pisando pesado
com fogo no olhar, dizendo pro mundo:
“Eu vou trabalhar, eu vou trabalhar!”

Mas quando meti os pé no terreiro,
os pé eu botei num sujo de vaca.
Mas que tramboião!
Bati co`a cacunda, co`a palma da mão
e todo borrado de sujo de vaca,
um sujo molhado.

Voltei pra varanda,
meti o capote, mandei o passarinho pra`quele lugar:
era um bem-te-vi.
Deitei e dormi.
Ô tempinho viscoso!

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Composição: Francisco Papaterra / Luiz Fernando Mancilha. Essa informação está errada? Nos avise.

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