Many Men

Rivalidade e sobrevivência em "Many Men" de 21 Savage

Em "Many Men", 21 Savage faz uma referência direta a 50 Cent, criando um paralelo entre suas trajetórias marcadas por ameaças e a necessidade constante de sobrevivência. Ao repetir “Many men wanna kill me, dawg, I feel like 50” (Muitos querem me matar, mano, me sinto como o 50), 21 Savage se coloca na mesma posição de vulnerabilidade e desafio que 50 Cent enfrentou, destacando como o sucesso no rap pode atrair inveja e perigo real. A música também ganhou destaque por uma possível indireta a Jeezy, especialmente no verso “21 savage, not jeezy (pussy)”, onde 21 Savage deixa claro que sua postura é mais direta e sem concessões em comparação a outros rappers.

A participação de Morgan Freeman no final da faixa aprofunda o tema central ao afirmar: “all hatred is really born from hatred of self” (todo ódio nasce, na verdade, do ódio a si mesmo). Essa reflexão sugere que as rivalidades e ataques descritos na letra têm raízes em inseguranças pessoais e autossabotagem. Ao longo da música, 21 Savage reforça valores como lealdade ao grupo, desconfiança (“I ain't never, ever play both sides” / Nunca fico em cima do muro) e resistência (“We ain't never throwin' no white flag” / Nunca vamos nos render). As menções à ostentação e à sobrevivência violenta (“New maybach, I don't need no key” / Novo Maybach, não preciso de chave; “Hundred large in these amiris, they all crippy” / Cem mil nesses Amiris, todos azuis) mostram que, para ele, o sucesso está sempre ligado ao risco e à necessidade de proteção. A música mistura ostentação, rivalidade e paranoia, refletindo a realidade de quem cresce em meio à violência e à inveja.