A Morte do Autotune (part. Matuê)

Autenticidade e conflitos em “A Morte do Autotune” de 30PRAUM Oficial

Em “A Morte do Autotune (part. Matuê)”, 30PRAUM Oficial e Matuê optam por um instrumental boom bap e vocais sem autotune, marcando uma ruptura com o estilo que consagrou o artista. Essa escolha vai além da estética: é um manifesto de autenticidade e vulnerabilidade, em que Matuê expõe dúvidas e inseguranças sobre sua trajetória. No refrão, ele diz: “Escrevo a minha história, eu acho uma saída / A cada nova nota uma recaída”, mostrando que, mesmo tentando se reinventar, enfrenta recaídas emocionais e questionamentos sobre o próprio caminho.

A letra aborda conflitos internos como insegurança, vaidade e o peso das expectativas. Em versos como “Eu não sei se meu som tem futuro / Ou se o futuro som que eu lançar vai bombar”, Matuê revela a ansiedade diante do futuro e a pressão por se manter relevante. Metáforas relacionadas ao consumo de drogas, como “bolo mais uma bomba pra me tombar” e “Pus mais um copo de whisky pra eu me intochicar”, ilustram a busca por alívio diante do vazio e da solidão. Já a frase “A cruz que eu carrego no meu peito, eu parcelei e pago em juros” sugere que as dificuldades e culpas do passado são um fardo constante. O artista também fala abertamente sobre tentações e falhas, como em “Só que às vezes eu vejo umas galinha / E dá vontade de pular o muro”.

O lançamento da faixa foi cercado por polêmicas, incluindo uma ação de marketing controversa e acusações de plágio, o que reforça o clima de exposição e julgamento presente na música. Matuê transforma essas pressões externas em uma reflexão direta sobre autenticidade, sucesso e a luta para não se perder de si mesmo, aprofundando sua narrativa pessoal e convidando o ouvinte a refletir sobre seus próprios conflitos.