Gaston

Humor e crítica à vaidade em “Gaston” de A Bela e a Fera

A música “Gaston”, do filme A Bela e a Fera, utiliza o exagero e o humor para destacar a vaidade e o narcisismo do personagem Gaston. Apesar do tom divertido, a canção revela o lado obscuro do personagem, mostrando sua necessidade constante de admiração e sua disposição para manipular quem está ao seu redor. Isso fica evidente quando ele planeja usar a reputação de Maurice para conquistar Bela, deixando claro que sua autoconfiança esconde intenções egoístas. A Disney criou Gaston justamente para contrastar com a Fera, mostrando que a verdadeira monstruosidade pode estar por trás de uma aparência atraente. Na letra, Gaston é visto como um “modelo de perfeição” pela aldeia, mas suas qualidades são superficiais e questionáveis.

A repetição de frases como “Ninguém é como Gaston” e a lista de feitos absurdos — como comer cinco dúzias de ovos por dia ou ser o melhor em brigas — reforçam o tom de paródia e criticam padrões tóxicos de masculinidade e o culto à força física. O trecho “Seu defeito é ser orgulhoso / Verdade, sou todo peludo não vou esconder” mostra como Gaston transforma até seus defeitos em motivo de orgulho. Na segunda parte da música, sua faceta manipuladora aparece com mais clareza, ao planejar explorar a suposta loucura de Maurice para forçar um casamento com Bela. Assim, “Gaston” funciona tanto como um número cômico quanto como uma crítica à superficialidade e ao narcisismo.