Passargada

Utopia e esperança em "Passargada" de A Prumo

A música "Passargada", da banda A Prumo, utiliza a referência ao famoso poema de Manuel Bandeira para criar um símbolo de resistência diante das dificuldades do cotidiano. Ao afirmar "não quero a glória do mundo / quero uma terra melhor", a canção rejeita os valores tradicionais de sucesso e poder, preferindo um lugar onde prevalecem o amor, a ternura e a simplicidade. A menção direta a Pasárgada, onde "a ternura é a ordem e a lei", reforça o desejo de um refúgio utópico, livre das dores e violências do mundo real, como nos versos "chega de morte na esquina / cesse a canção do fuzil".

A letra amplia esse desejo ao citar outros reinos imaginários, como Atlântida, Nárnia e Oz, todos conhecidos por representarem mundos de fantasia, justiça e paz. Essa variedade de destinos utópicos mostra que o desejo de fuga não é apenas escapismo, mas uma busca ativa por esperança e transformação. Elementos da cultura brasileira, como "jangada" e "quintal", aproximam o sonho de uma realidade familiar e acolhedora, tornando o ideal utópico mais acessível. A repetição de "festa, folia e quintal" expressa o anseio por alegria, convivência e simplicidade, reforçando o tom sonhador e esperançoso da música. Assim, "Passargada" constrói uma narrativa em que a imaginação é usada para sonhar e reivindicar um mundo mais justo e humano.