
Sinhá (caxias)
Abadá Capoeira
Relações de poder e resistência em "Sinhá (caxias)"
A música "Sinhá (caxias)", do grupo Abadá Capoeira, aborda de forma direta a dinâmica de poder e subserviência presente no Brasil colonial. O verso repetido “Chama dona sinhá na casa grande” destaca a hierarquia entre os escravizados e as senhoras de engenho, com o termo “Sinhá” simbolizando a autoridade e a “casa grande” representando o espaço de privilégio dos senhores, em contraste com a dura realidade dos trabalhadores negros.
A letra traz imagens marcantes da vida dos escravizados, como o “perfume de lavanda” nos lençóis da sinhá, que contrasta com o “negro de Luanda cortando a cana debaixo do sol”, evidenciando a desigualdade e a exploração. O trecho “cascata de sangue jorrando, amarrado ao tronco a noite inteira” expõe a violência física sofrida, enquanto referências ao “canto da lavadeira” e ao “recôncavo baiano” conectam a música à cultura afro-brasileira e à geografia marcada pela escravidão. O ciclo da colheita, de “outubro a fevereiro”, reforça o trabalho incessante e o enriquecimento dos senhores às custas do sofrimento dos escravizados. Além disso, a menção ao capataz capturando “o negro na capoeira” mostra que até mesmo os momentos de resistência cultural eram vigiados e punidos. Assim, "Sinhá (caxias)" denuncia a opressão histórica e valoriza a resistência e a memória dos afrodescendentes no Brasil.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



Comentários
Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra
Faça parte dessa comunidade
Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Abadá Capoeira e vá além da letra da música.
Conheça o Letras AcademyConfira nosso guia de uso para deixar comentários.
Enviar para a central de dúvidas?
Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.
Fixe este conteúdo com a aula: