Ando Negro

Contradições e polêmicas em "Ando Negro" de Abbot

A música "Ando Negro" de Abbot se destaca pela repetição da frase "ando negro, falo negro, corro negro, peido negro, cuspo negro". Essa escolha pode sugerir uma tentativa de afirmar uma identidade racial, trazendo o termo "negro" para ações do cotidiano. No entanto, o contexto em que essas expressões aparecem é marcado por letras com forte sexualização, objetificação e desprezo pelas mulheres. Ao associar o termo a comportamentos agressivos e sexualizados, a música acaba reforçando estereótipos negativos, o que é apontado em discussões sobre a canção.

Os versos de "Ando Negro" adotam um tom agressivo e direto, tratando mulheres como objetos sexuais e exaltando práticas ligadas à masculinidade tóxica. Trechos como "é só botar forte na puta, que essa puta vai pedir replay" e "vou levar ela pra casa, dar pica, toma paulada" evidenciam uma postura de dominação e desrespeito, normalizando violência e humilhação. Assim, mesmo que o refrão possa ser visto como uma tentativa de orgulho racial, ele perde força diante do contexto misógino e depreciativo da letra. O resultado é uma mensagem controversa, que mistura afirmação de identidade com reforço de preconceitos e violência.