Overdose

Amor viciante e autodestrutivo em “Overdose” do AC/DC

Em “Overdose”, o AC/DC utiliza a metáfora do vício para retratar um amor intenso e avassalador. A banda subverte o clichê do excesso no rock ao mostrar um protagonista que, apesar de nunca ter se entregado a vícios tradicionais — “I never smoked me no cigarettes / I never drank much booze” (Nunca fumei cigarros / Nunca bebi muito álcool) —, acaba completamente dominado por um relacionamento que o faz perder o controle, como se fosse uma droga poderosa.

A escolha da palavra “overdose” reforça a ideia de que o amor pode ser tão viciante e perigoso quanto qualquer substância, levando o narrador a extremos emocionais: “I'm in hell and I'm sinkin' fast / And I don't need no cure” (Estou no inferno e afundando rápido / E não preciso de cura). A letra brinca com o duplo sentido do termo, sugerindo tanto prazer quanto sofrimento, e deixa claro que, apesar das consequências, o protagonista não quer se livrar desse “hábito”: “You're a habit I don't wanna break” (Você é um hábito que não quero largar). Assim, a música apresenta de forma direta o poder destrutivo e irresistível do amor, embalado pela energia característica do hard rock do AC/DC.