A Saga de Simplício (o Ilustre Pomadista)

Hipocrisia e sátira social em “A Saga de Simplício (o Ilustre Pomadista)”

"A Saga de Simplício (o Ilustre Pomadista)", dos Acadêmicos de Milton Friedman, faz uma crítica direta à hipocrisia de quem adota discursos progressistas apenas para obter vantagens pessoais. O personagem Simplício é retratado como alguém que se diz desconstruído e defensor do feminismo, mas usa esse discurso para conquistar mulheres, como fica evidente nos versos: “Menina independente, empoderada / Vem fazer um ensaio pelada”. O termo “pomadista” faz referência à doutrina do “velho Pomada”, que valoriza a aparência de virtude acima da virtude real, reforçando a crítica à superficialidade e ao oportunismo.

A música também ironiza a busca por validação em ambientes intelectuais e artísticos, como na cena em que Simplício é aplaudido após uma exibição de “Bacurau”. Isso sugere que, nesses círculos, o discurso politicamente correto pode ser usado como moeda de troca para status ou benefícios. O verso “A sociedade patriarcal termina onde começa o sexo grupal” escancara a hipocrisia de Simplício, que defende ideias progressistas apenas enquanto elas servem aos seus interesses. Quando confrontado, ele tenta se proteger alegando ser “membro trans do gênero Eva”, satirizando o uso de identidades de gênero como estratégia de defesa. O final, com Simplício sendo “cancelado” e enviado à penitenciária feminina, reforça o tom de deboche e mostra que ele não muda seu comportamento, criticando tanto a instrumentalização das causas sociais quanto a superficialidade do ambiente cultural e da justiça atual.